"Espanha, Grécia e Portugal são casos claros de como a ineficácia, os abusos e a corrupção não estão suficientemente controlados", sublinha a organização Transparência Internacional no seu mais recente relatório.
No seu mais recente relatório, intitulado “Dinheiro, política e poder: perigos da corrupção na Europa”, a organização focaliza-se na falta de transparência com que são adoptadas decisões nos países europeus.
No que diz especificamente respeito aos países do Sul da Europa, a organização diz que “a corrupção consiste, com frequência, em práticas legais mas não éticas”, fruto da opacidade nas regras que regem os grupos de pressão, o tráfico de influências ou a permeabilidade entre os sectores público e privado.
Por outro lado, a Transparência Internacional afirma que quem faz a lei é também quem mais burla. Refere-se, a este título, ao negócio dos contratos públicos, já que constatou que as legislações nacionais, ainda que transponham as directivas da EU, não impedem que em muitos países essas normas sejam sistematicamente contornadas. “E isso faz-se impunemente”.
“Há demasiados governos que se furtam à sua responsabilidade na gestão das finanças públicas e dos concursos públicos”, indica o relatório, acrescentando que só dois países – Noruega e Reino Unido – protegem adequadamente de represálias quem decide denunciar presumíveis delitos ou condutas não éticas.
A TI destaca ainda o facto de a frustração popular perante a gestão pública ter levado em 2011 milhares de jovens indignados para as ruas (…), que se manifestaram contra a incompetência e a corrupção dos políticos em Espanha, Grécia, Itália e Portugal. “As administrações públicas destes países carecem de um quadro legislativo para responderem pelos seus actos”, salienta o documento citado pelo “El País”.
“Espanha, Grécia e Portugal são casos claros de como a ineficácia, os abusos e a corrupção não estão suficientemente controlados”, segundo a organização.
Assim,
“a corrupção política e empresarial na Europa, sobretudo no Mediterrâneo, podem fragilizar ainda mais as vulneráveis economias que se debatem para superar a crise do euro”,
conclui o relatório, citado pela Reuters.
Fonte: www.jornaldenegocios.pt
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