República Árabe Saharaui Democrática


O POVO QUE O MUNDO ESQUECEU


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Bem-vindos ao blog phoenixsaharaui.blogspot.com.br


A criação deste espaço democrático visa: divulgar a causa Saharaui, buscar o reconhecimento pelo Brasil da República Árabe Saharaui Democrática e pressionar a União Européia, especialmente a Espanha, a França e Portugal, mais os EUA, países diretamente beneficiados pela espoliação dos recursos naturais do povo Saharaui, para retirarem o apoio criminoso aos interesses de Mohammed VI, Rei do Marrocos, e com isto permitir que a ONU prossiga no já tardio processo de descolonização da Pátria Saharaui, última colônia na África.


Membro fundador da União Africana, a RASD é reconhecida por mais de 82 nações, sendo 27 latino-americanas.


Nas páginas que seguem, você encontrará notícias do front, artigos de opinião, relato de fatos históricos, biografias de homens do porte de Rosseau, Thoreau, Tolstoy, Emersom, Stuart Mill e outros que tiveram suas obras imortalizadas - enxergaram muito além do seu tempo - principalmente em defesa da Liberdade.


"Liberté, Égalité, Fraternité", a frase que embalou tantos sonhos em busca da Liberdade, é letra morta na terra mãe.


A valente e obstinada resistência do povo Saharaui, com certeza encontraria em Jean Molin - Herói da resistência francesa - um soldado pronto para lutar contra a opressão e, em busca da Liberdade, morrer por sua Pátria.


A Literatura, a Música, a Pintura e o Teatro Saharaui estarão presentes diariamente nestas páginas, pois retratam fielmente o dia-a-dia deste povo, que a despeito de todas as adversidades, em meio a luta, manteve vivas suas tradições.


Diante do exposto, rogamos que o nosso presidente se afaste da posição de neutralidade, mas que na verdade favorece os interesses das grandes potências, e, em respeito a autodeterminação dos povos estampada como preceito constitucional, reconheça, ainda em seu governo, a República Árabe Saharaui Democrática - RASD.


Este que vos fala não tem nenhum compromisso com o erro.


Se você constatar alguma imprecisão de datas, locais, fatos, nomes ou grafia, gentileza comunicar para imediata correção.


Contamos com você!


Marco Erlandi Orsi Sanches


Porto Alegre, Rio Grande do Sul/Brasil

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Haiti - o país dos Rest Avec Vous






Premiado pela segunda vez com o 1º Lugar no prêmio Direitos Humanos de Jornalismo na sede da OAB/RS, o JORNALISTA LÚCIO DE CASTRO, que também produziu o documentário "GARTUFA" que me permitiu conhecer e abraçar a causa SAHARAUI, novamente revela ao mundo a terrível realidade que a sociedade insiste em esconder.

Falar em direitos humanos de 4ª e 5ª geração em pleno século XXI, diante deste quadro bizarro pintado com a mais alta tecnologia e côres da idade média, quando parcela importante da população mundial não consegue desfrutar dos direitos de 1ª geração, vida e liberdade, comprova que a besta humana ao longo dos séculos mudou o cenário mas não modificou o comportamento predador.

Rosseau afirma que a liberdade e a perfectibilidade, capacidade de se aperfeiçoar, e a historicidade são os traços fundamentais para distanciar o ser humano dos animais.

Será?

Que aperfeiçoamento é este que renova e aperfeiçoa práticas medievais de exploração e submissão dos seres humanos.

Que animal é este que não aprende com a história?

Pelo contrário, reincide em práticas que impõe morte, destruição e miséria aos povos subjugados. O "homem" se mostrou capaz de mudar o exterior, enquanto permanece aprisionado internamente e incapaz de modificar o seu interior.

Luc Férri ressalta a prática da tortura como sendo exclusiva dos humanos. Humanos??

Será esta a única diferença?


Agora, os mais invisíveis dos invisíveis....e a IRMÃ MARIA.


HAITI - O PAÍS DOS REST AVEC VOUS "fiquem com vocês"

















Fonte:http://espn.estadao.com.br/luciodecastro/post/186680_HAITI+O+PAIS+DOS+REST+AV...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

XXVIII Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo: Profissionais e acadêmicos recebem distinções

XXVIII Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo: Profissionais e acadêmicos recebem distinções


Na cerimônia desta sexta-feira (09), os vencedores foram agraciados pelos trabalhos realizados na temática deste ano: "Memória X Cultura da Impunidade".

A OAB/RS, juntamente com o Movimento de Justiça e Direitos Humanos, entregou, na noite desta sexta-feira (09), o XXVIII Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo. A premiação, que visa estimular o trabalho dos profissionais do Jornalismo na denúncia de violações e na vigilância ao respeito aos Direitos Humanos, conta com o apoio da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos (ARFOC/RS e Brasil) e da Secretaria Regional Latinoamericana de la Unión Internacional de Trabajadores de la Alimentación y la Agricultura (REL-UITA), de Montevidéu, Uruguai.

Na cerimônia, realizada no Auditório Guilherme Shultz Filho, na sede da Ordem gaúcha, foram premiados trabalhos jornalísticos nas seguintes categorias: Acadêmico; Charge; Online; Rádio; Crônica, Fotografia; Televisão; Reportagem e Categoria Especial.

Nesta edição, com um total de 249 inscrições de todo o Brasil, o Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo teve como tema principal "Memória X Cultura da Impunidade".

Designado pelo presidente da OAB/RS, Claudio Lamachia, o coordenador-geral da Comissão de Direitos Humanos, conselheiro seccional Ricardo Breier, conduziu o evento, juntamente com o representante do MJDH, Jair Krischke. Participaram ainda o presidente da ARFOC Brasil, Paulo Dias; o presidente da ARFOC/RS, Itamar Aguiar; e a representante do UITA, Geni Dalla Rosa; e o membro da CDH, Roque Reckzieguel.

Em sua fala, Breier ressaltou que é uma luta diária identificar todos os segmentos dos direitos humanos que vêm sendo violados. "Precisamos divulgar a importância dos direitos humanos, debater e informar. Esta noite é de reconhecimento ao belíssimo trabalho de profissionais da comunicação, que em imagens e textos, divulgaram questões ligadas aos direitos humanos", afirmou.

Durante o evento, houve uma homenagem ao jornal "O Estado de S. Paulo", com desagravo público, pois o periódico está sob censura desde 29 de janeiro de 2010.

Confira a lista completa dos vencedores:

CATEGORIA ACADÊMICA

1º Lugar:

FRANCIELI SOUZA

CARLOS EDUARDO LANDO

NATALIA OTTO

MARIA HELENA SPONCHIADO

MARCO ANTONIO VARGAS VILLALOBOS (Professor orientador)

Título: ESQUERDA VOLVER - Pedro Alvarez – História e memórias de um capitão do povo (PUC)

2º Lugar:

NATÁLIA BITTENCOURT OTTO

JÚLIA CORSO

MANUELA KUHN

FERNANDA CARDOSO

GABRIELA SITTA

Título: A DÚVIDA EM NOME DE QUEM (PUC)

3º Lugar:

MARCUS VINICIUS PEREIRA MENEGUETTI

Título: OBRA LEMBRA CASO DAS MÃOS AMARRADAS (publicado no Jornal do Comércio em 29/08/2011 – UFRGS)

Mensão Honrosa:

MAX MILLIANO MELO

CRISTIANO ZAIA

Título: GENIAL ARTE DA LOUCURA (publicado na Revista Campus Repórter nº 7 - UNB)

CATEGORIA CRÔNICA

1º Lugar:

GILBERTO BLUME

Título: PRAZER, QUEREN (Pioneiro – Caxias do Sul/RS)

2º Lugar:

MÁRIO MARCOS DE SOUZA

Título: MARIONETES (Zero Hora - Porto Alegre/RS)

3º Lugar:

MOISÉS MENDES

Título: MARIA MADALENA E PATRÍCIA ACIOLI (Zero Hora - Porto Alegre/RS)

CATEGORIA ONLINE

1º Lugar:

FLAVIA CRISTINA MAGGI BEMFICA

Título: CASO FRIGERI: TORTURADORES RIAM, DIZ VÍTIMA DA DITADURA (Portal Terra)

2º Lugar:

GELSON FARIAS

Título: ILHA PRESÍDIO - RETALHOS DE UM TEMPO (Blog de Olhos e Ouvidos)

3º Lugar:

LUCIANO NAGEL

JIMMY AZEVEDO
(Rádio Guaíba)

Menção Honrosa:

LUCAS JOSUÉ DE AZEVEDO E SILVA

Título: MESMO COM FRIO INTENSO, TRABALHADORES MIGRAM PARA O SUL NA COLHIETA DE BATATA (Portal UOL)

CATEGORIA RÁDIO

1º Lugar:

NESTOR TIPA JÚNIOR

MARCUS VINÍCIUS WESENDONK

Título: QUILOMBOS URBANOS (Rádio Gaúcha – Porto Alegre/RS)

2º Lugar

MARÍLIA ALVES BANHOLZER

JOSÉ ROBERTO DE SOUZA

KAROLINE MARIA FERNANDES DA COSTA E SILVA

MELLYNA ANDRÉA REIS DOS SANTOS

Título: CIDADE DE REFÉNS (Rádio Jornal AM 780 – Recife/PE)

3º Lugar:

CID MARTINS

RODRIGO MUZZEL

HUMBERTO TREZZI

SÉRGIO GUIMARÃES

Título: RIO EM GUERRA (Rádio Gaúcha - Porto Alegre/RS)

CATEGORIA FOTOGRAFIA

1º Lugar:

DANIELA XU

Título: ACUADOS (Pioneiro – Caxias do Sul/RS)

2º Lugar:

JEAN SCHWARZ

Título: SANTA CEIA (Zero Hora – Porto Alegre/RS)

2º Lugar:

JEFFERSON BOTEGA

Título: LÁGRIMAS DO CÉU (Zero Hora – Porto Alegre/RS)

3º Lugar:

JEFFERSON BOTEGA

Título: TRÊS DAIS NUMA CADEIRA (Zero Hora – Porto Alegre/RS)

3º Lugar:

RICARDO FAGUNDES DUARTE

Título: ATROPELAMENTO COLETIVO DE CICLISTAS (Zero Hora – Porto Alegre/RS)

Menção Honrosa:

VALDIR FRIOLIN

Título: GANÂNCIA DO PODER PÚBLICO (Zero Hora – Porto Alegre/RS)

Menção Honrosa:

LUIS TADEU VILANI

Título: A FACE GAÚCHA DA MISÉRIA (Zero Hora – Porto Alegre/RS)

CATEGORIA TELEVISÃO

1º Lugar: LUCIO DE CASTRO


Título: HAITÍ, O PAÍS DO REST AVEC (TV ESPN Brasil)

2º Lugar:

GUSTAVO COSTA

ANDRÉ TAL

CÁTIA MAZIN

RODRIGO BETTIO

Título: 40 ANOS DA TRANSAMAZÔNICA, A ESTRADA SEM FIM (TV Record – Programa Domingo Espetacular)

3º Lugar:

LÉO SANT’ANNA

PATRÍCIA PERAMEZZA

HÉLIO JACINTO

BRANCA ANDRADE

MARCELLE BORCHETTA

PATRIC DOMINGUES

Título: ABOLIÇÃO: LIBERTAÇÃO E PRECONCEITO (TV SBT – Rio de Janeiro/RJ)

CATEGORIA REPORTAGEM

1º Lugar: DARIO PIGNOTTI


Título: NUEVAS EVIDENCIAS DEL PLAN CONDOR EN BRASIL (Página 12 – Buenos Aires – Rep. Argentina)


1º Lugar: ALINE DOS SANTOS CUSTÓDIO


Título: CASO JUAN (Jornal Extra – Rio de Janeiro/RJ)

2º Lugar:

ITAMAR MELO DE OLIVEIRA

Título: A FACE GAÚCHA DA MISÉRIA (Zero Hora – Porto Alegre/RS)

2º Lugar:

CRISTINA MIRANDA MORENO DE SOUZA CASTRO

ADRIANO BRITO

Título: OBRAS DO RODOANEL DEIXAM "ORFÃOS NA REGIÃO DO ABC (Folha de São Paulo – São Paulo/SP)

2º Lugar

RICARDO FRANÇA DE GUSMÃO

GUSTAVO CARVALHO

PAULO VICTOR MAGALHÃES

Título: O "PEIXE" CHEGOU ! - E AGORA ? (O São Gonçalo – Rio de Janeiro/RJ)

3º Lugar:

RENATA MARIZ

Título: OCUPAÇÃO DA VILA CRUZEIRO E DO COMPLEXO DO ALEMÃO - O OUTRO LADO DA HISTÓRIA (Correio Braziliense)

Menção Honrosa:

MAURI KÖNIG

JONATHAN CAMPOS

Título: INFÂNCIA À DERIVA (Gazeta do Povo – Curitiba/PR)

Menção Honrosa:

VIRGÍNIA TOLEDO

JOÃO PERES

Título: GUERREIRO DE BATINA (Revista do Brasil – São Paulo/SP)

Menção Honrosa:

ARIEL FAGUNDES

LEANDRO HEIN RODRIGUES

Título: ILHADOS NA MISÉRIA (Jornal Tabaré – Porto Alegre/RS)

CATEGORIA ESPECIAL - MEMÓRIA X CULTURA DA IMPUNIDADE

1º Lugar: LUIZ CLÁUDIO CUNHA


Título: Série CULTURA DA IMPUNIDADE
(Primeiro artigo: O cinismo e o medo dos generais - Último artigo: Presidente Dilma, anote o nome deles - Observatório da Imprensa)

1º Lugar:

RUBENS VALENTE

FERNADA ODILLA

JOÃO CARLOS MAGALHÃES

Título: Série SEGREDOS DO ITAMARATY
(Folha de São Paulo – São Paulo/SP)

1º Lugar:

LEONENCIO NOSSA JUNIOR

CELSO SARMENTO JUNIOR

Título: GUERRAS DESCONHECIDAS DO BRASIL (O Estado de São Paulo – São Paulo/SP)

2º Lugar:

RENATA MARIZ

EDSON LUIZ

Título: SOLDADOS DA BORRACHA (Correio Braziliense – Brasília/DF)

3º Lugar:

NILTON SCHÜLER

Título: A LEGALIDADE TRAÍDA (TVE/RS – Porto Alegre/RS)

Menção Honrosa:

DIONE KUHN

NILSON MARIANO

Título: Série A FACE DESCONHECIDA DA LEGALIDADE (Zero Hora – Porto Alegre/RS)

Menção Honrosa:

DANTON JÚNIOR

DANIEL SOARES

Título: Série LEGALIDADE 50 ANOS (Correio do Povo – Porto Alegre/RS)

Fonte: www.oabrs.org.br

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Adiós Fadili

Adiós Fadili


El pasado 22 de octubre, tras una larga enfermedad, fallecía el pintor saharaui Fadili Yeslem, uno de los más reconocidos pintores saharauis. Fadili nació el 28 de julio de 1975 en Auserd, Sahara Occidental, meses antes de la invasión mauritano marroquí del entonces Sahara Español.

Se incorporó junto a su familia a los campamentos de refugiados saharauis en 1978. Allí realizó sus estudios primarios y secundarios. De familia de artesanos, destacó desde muy pequeño en el dibujo. Sus aptitudes le llevaron a estudiar Bellas Artes en La Habana, tras marchar a Cuba con una beca de estudios.

Una vez finalizada su estancia en Cuba regresó a los campamentos de refugiados, donde comenzó su carrera como pintor. En los campamentos trabajó siempre con el Ministerio saharaui de Cultura, por la difusión de la causa saharaui. Realizó numerosas exposiciones y participó asiduamente en los Festivales de Cultura y Festivales de la Juventud. Su trabajo, siempre en colaboración con el Ministerio de Cultura, le llevó a abrir su estudio en el campamento 27 de febrero. Montó la primera galería de arte de los campamentos en Hagunia, wilaya de El Aaiun.

La exposición por la que será recordado por sus compatriotas es la exposición dedicada al Muro de la Vergüenza, situada durante mucho tiempo en el campamento 27 de febrero, y que actualmente se encuentra en España. Estos cuadros también forman parte de las ilustraciones del libro de la Generación de la Amistad Saharaui “Um Draiga”. En ella refleja la situación dramática que vive el pueblo saharaui; la invasión, las minas sembradas en el territorio, la indiferencia del mundo, la tragedia de los refugiados, dentro de un estilo onírico, influido por el surrealismo.


Otro de los trabajos más conocidos de Fadili Yeslem es un mural de grandes dimensiones realizado para conmemorar la celebración saharaui del 20 de mayo, y donde aparecen los retratos de Luali Mustafa, Basiri, y Mohamed Abdelaziz. El mural se puede visitar en el Museo Militar en Rabuni.


Realizó diferentes exposiciones en Argelia y Mauritania. Fadili no hizo demasiadas visitas a España, aunque sí preparó algunas exposiciones en Valencia, Tarragona y Andalucía, donde residió varios meses. Entre sus últimos trabajos destacan las colecciones La boda y Vida en blanco y negro, escenas costumbristas de la cultura saharaui y la vida en los campamentos de refugiados.




Fadili, miembro de una larga saga de artesanos y artistas, era hermano de los reconocidos pintores Fadel Jalifa y Moulud Yeslem. Deja viuda y cuatro hijos de corta edad, tres niños y una niña.

Su hermano Fadel Jalifa destaca sobre Fadili que “trabajó con todas sus fuerzas y dedicó toda su producción artística a la causa saharaui, no hizo trabajos aparte de la difusión de nuestra causa y del avance del arte en el Sahara Occidental”.


Descanse en paz Fadili Yeslem.

Gloria a los buscadores de belleza (Ángel Petisme)

Fonte: pintoressaharauis.blogspot.com

domingo, 13 de novembro de 2011

Aminatu Haidar, Premio René Cassin de Derechos Humanos



PAÍS VASCO 'Representa la lucha del pueblo saharaui'

Aminatu Haidar en una conferencia sobre 'Sáhara libre'.

Europa Press Madrid



Actualizado jueves 10/11/2011 14:01 horas

La activista y defensora de los derechos del pueblo saharaui Aminetu Haidar ha sido reconocida por el Gobierno vasco con el Premio René Cassin 2011 de Derechos Humanos. El fallo del jurado subraya que Haidar "representa la lucha del pueblo saharaui por la defensa de los Derechos Humanos" frente a unas autoridades marroquíes que "rompen con los derechos reconocidos por el Derecho Internacional y restringen las libertades de expresión, reunión y asociación".

Aminatu Haidar, según ha recordado en un comunicado el Departamento de Justicia y Administración Pública del Ejecutivo, permaneció encarcelada entre 1987 y 1991, sin que se conociera su paradero, y en 2005 resultó gravemente herida durante una manifestación. Fue detenida por las autoridades marroquíes en el hospital donde estaba ingresada y, posteriormente, fue trasladada a prisión. Permaneció en la cárcel durante varios meses y llevó a cabo una huelga de hambre que debilitó gravemente su salud.

En noviembre de 2009, cuando regresaba a su ciudad tras recibir en Nueva York el Premio al Coraje Civil 2009, de la Fundación Train, fue nuevamente detenida por las fuerzas policiales y de seguridad marroquíes en el aeropuerto de El Aaiún, Territorio No Autónomo del Sáhara Occidental. Posteriormente, fue expulsada de El Aaiún y protagonizó otra huelga de hambre en la propia terminal del aeropuerto de Lanzarote.

Candidata al Premio Sajarov de Derechos Humanos, mientras cumplía condena, fue galardona con el Premio Juan María Bandrés a la Defensa del Derecho de Asilo y la Solidaridad con los Refugiados, de la Comisión Española de Ayuda al Refugiado. Recientemente le ha sido concedido el Premio Silver Rose, de la alianza internacional de ONG Solidar por su sabor por la libertad y la dignidad humanas.

Labor "complicada"
El jurado destaca que la defensa de los derechos del pueblo saharahui "resulta aun más complicada y arriesgada para las mujeres saharauis que, desde su papel fundamental en el desarrollo de la vida tradicional, han sido y son objeto de graves abusos a sus derechos humanos".

En la concesión de este galardón a la persona de Aminetu Haidar se ha tenido también en consideración su condición de representante del colectivo de "activistas de Derechos Humanos en los territorios ocupados del Sáhara Occidental", tal y como señala su candidatura.

El jurado que ha otorgado el premio estaba integrado por la consejera de Justicia y Administración Pública, Idoia Mendia, la viceconsejera de Justicia, María Victoria Cinto, la directora de Derechos Humanos, Inés Ibáñez de Maeztu, y José Ángel Cuerda, Edmundo Rodríguez, María Oianguren, Silvia Escobar y Gorka Landaburu. El galardón, cuya finalidad es reconocer públicamente y premiar a aquellas personas o colectivos que con su trayectoria personal o profesional dan testimonio de su compromiso en la promoción, defensa y divulgación de los Derechos Humanos, consiste en una distinción honorífica, en un reconocimiento público y una dotación económica de 16.550 euros.

La denominación del premio recuerda la figura de René Cassin, principal inspirador de la Declaración Universal de los Derechos Humanos, en 1948, y que jugó un papel esencial en la elaboración del Convenio Europeo de Derechos Humanos de 1950. Galardonado con el premio Nóbel de la Paz en 1968 por su combate a favor de los Derechos Humanos, consagró el premio a la creación del Instituto Internacional de Derechos Humanos de Estrasburgo.

Fonte: www.elmundo.es

sábado, 29 de outubro de 2011

PIRATAS, PIRATE, CORSAIRE, SEEROWERS


Ao abraçar a causa Saharaui, sabia que estava penetrando no mundo das desigualdades consentidas e autorizadas. O que não imaginava, era o quanto somos desinformados, severamente condicionados e manipulados diariamente pela mídia.

O bombardeio midiático a serviço dos grandes conglomerados econômicos e das "potências" estrangeiras, utiliza vários expedientes: mensagem subliminar, omissão e distorção das informações, mentiras, semântica, comunicadores "formadores" de opinião, etc...

Outro dia, escrevi um artigo onde denunciava a relação promíscua estabelecida no comando do poder mundial centralizado na ONU.

Com base em dados fornecidos por instituição credenciada em reunir informações sobre a movimentação mundial de armas militares - sipri.org.com - discorri sobre a participação dos países no mercado da morte. Constatei que os cinco membros do Conselho de Insegurança da ONU, EUA, Rússia, Reino Unido, França e China, mais a sempre presente, Alemanha, candidata a sexta cadeira no clube dos horrores, são os maiores fabricantes de armas do mundo.

Obviamente que os confrontos militares não podem ter fim, é uma questão de mercado para esta gente. Assim, os conflitos persistem com justificativas religiosas, territoriais, ideológicas e por aí vai.

Antigamente, se dizia, sem muita certeza, que por trás destes argumentos estava sempre o interesse econômico. Hoje, podemos afirmar que as disputas sempre têm motivação econômica. A indústria bélica, nos países industrializados, responde por fatia significativa do PIB e os gringos odeiam perder dinheiro, logo, a mortandade em terras estrangeiras é um grande negócio e vai continuar.

Ao escrever esta frase, lembrei de uma passagem do livro do Eduardo Galeano, escritor uruguaio, "As Veias Abertas da América Latina", onde um general americano, em depoimento no Congresso, afirma:
"Não sou um general. General comanda um exército em defesa de seu país. Toda vez que entrei em ação, matei e torturei pessoas representando os interesses de empresas americanas em terras estrangeiras. Então, o que sou, é um mercenário!"

O Brasil sabe bem do que estava falando o arrependido mercenário. Aliás, o Cone Sul sentiu na carne a OPERAÇÃO COM DOR, patrocinada pelos americanos e executada pelos covardes carrascos de plantão. O Tio Sam pagou a conta para receber depois com juros, mas quem sujou as mãos de sangue foram os nativos traidores da pátria.

No artigo que referi acima, chamei a ONU de organização criminosa que decide quem vai morrer, quem vai viver e como neste mundo. Ao reler o texto, me pareceu que havia exagerado, forçado a barra, agido por impulso, feito falsa imputação aquela instituição. E isto me incomodava...

Infelizmente, não me incomoda mais. A frase revela a verdadeira face desta organização. O que me causa repulsa, é a presença constante dos predadores de sempre: a França, os EUA e a Espanha, "guardiões da democracia", reincidentes em episódios envolvendo a espoliação de recursos naturais e o genocídio de etnias africanas, sempre com o AVAL DA ONU.

A hiprocrisia européia e a soberba militar dos americanos não oferece limites.

Os EUA administram seus interesses externos com o dólar em uma das mãos e o tacape (taco de golfe) na outra. É no dinheiro ou no pau.

Já os europeus, mais refinados, apregoam uma política pacifista, em defesa dos direitos humanos e da preservação do meio embiente, enquanto seguem na prática histórica de eliminação de seres humanos e agressão à natureza, desde que atendam aos seus interesses. São experts na arte da dissimulação, mesmo diante da quantidade e qualidade de informações disponíveis na INTERNET (ferramenta criada e desenvolvida por êles) desmascarando sua verdadeira conduta predatória.

Neste tabuleiro internacional, cabe a nós brasileiros a postura de papagaios de pirata, repetindo mentiras plantadas nos meios de comunicação, totalmente comprometidos com o grande capital.

Enquanto isto a África agoniza. Grita por socorro e ninguém escuta. A imprensa internacional silencia, omite, mente e é cúmplice do massacre praticado em nome dos negócios.

A exploração dos recursos humanos, a expoliação dos recursos naturais e o genocídio de etnias, assolam a África à muitos anos. Agora, em pleno século XXI, temos uma nova forma de agressão destinada a destruir o continente Africano. A América Latina, Brasil incluído, não estão livres, também são alvo.

Até quando?

No vídeo que segue, a pergunta que não quer calar: quem são os verdadeiros piratas???

http://dotsub.com/view/8446e7d0-e5b4-496a-a6d2-38767e3b520a#.Tqy6_4iYPNl.google

Fonte:Guión y realizacion: Juan Falque
Musica original: Jean Paul Iragorri
Narrador: Iñigo Ortega Martinez
Colaboradores: Detras de la camara. www.detrasdelacamara.com

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

UMA LUTA INVISÍVEL


Uma luta invisível

População do país africano sofre, há mais de três décadas, a opressão da ocupação promovida pelo reino de Marrocos, apoiado por potências estrangeiras

25/06/2009

Igor Ojeda

da Redação

Dos povos oprimidos, a população do Saara Ocidental talvez seja a mais esquecida do planeta. Poucos sabem que esse país do noroeste da África está ocupado desde 1882. Primeiro, pela Espanha. E, a partir de 1975, pelo Marrocos, que aproveitou a saída das tropas coloniais para impor seu domínio sobre o território saarauí, rico em fosfato, pesca e petróleo. Desde então, os saarauís, reunidos politicamente e militarmente na Frente Polisario, lutam contra as forças marroquinas – apoiadas atualmente pela França –, pela realização de um referendo sobre sua independência e, até, contra um muro de 2.500 quilômetros de extensão. Leia, a seguir, trechos da entrevista com Emiliano Gómez López, presidente da Associação Uruguaia de Amizade com a República Árabe Saarauí Democrática (RASD), que visitou por diversas vezes a nação africana.

Brasil de Fato – O que é a Frente Polisario?

Emiliano – O Saara Ocidental, era, até 1975, o Saara Espanhol. Aliás, era uma província da Espanha. Em 10 de maio de 1973, depois de um período de idas e vindas dos nacionalistas saarauís, criou-se a Frente Polisario (Frente de Libertação Popular de Saguía el Hamra e Río de Oro, as duas regiões geográficas do país). É uma frente que reúne as vontades políticas de todos os setores independentistas, que tinham abandonado a possibilidade de uma via pacífica de independência e optaram pela luta política revolucionária armada. A primeira ação militar da Frente Polisario foi em 20 de maio de 1973, data que marcou o nascimento do Exército Popular de Libertação, que hoje constitui as Forças Armadas da República. Essa organização político-militar independentista conseguiu, em dois anos e meio, tomar o controle de praticamente todo o território, estabelecer negociações políticas com o governo colonial, e chegar a um acordo de repartir o território. Tudo parecia estar encaminhado à independência, porque a ONU também a estava pedindo, desde 1963, 1964. Mas aconteceu aí uma desgraça: as mudanças políticas na Espanha, devido à morte de Franco [Francisco Franco, ditador entre 1936 e 1975]. Ele estava morrendo, a incerteza política na Espanha era muito grande, não se sabia o que ia acontecer. Muitos pensavam que poderia estourar de novo uma guerra civil, e isso foi aproveitado pelo rei de Marrocos, Hassan II [exerceu o cargo de 1961 a 1999], que montou aquela encenação da chamada Marcha Verde, quando 350 mil marroquinos armados do Corão, dos retratos do rei e das bandeiras norte-americanas, foram em massa, através do deserto, até a fronteira do Saara Espanhol para tomá-lo, para “recuperá-lo” para o reino. O governo franquista tinha assinado um acordo secreto com Marrocos e Mauritânia, para, em troca de alguns privilégios econômicos, transferir a colônia às mãos da monarquia marroquina e da presidência da Mauritânia. Foram os acordos secretos de Madrid, de 14 de novembro de 1975. Nesse momento, as tropas marroquinas já estavam invadindo militarmente o Saara, a Frente Polisario estava combatendo contra os novos ocupantes, e o exército espanhol ia entregando as posições em combate. Essa era a ordem. Que foi uma verdadeira vergonha para a Espanha.

O senhor disse que o Exército de Marrocos estava recuperando o Saara. Antes tinha o controle?

O Marrocos nunca teve nenhuma soberania sobre o Saara Ocidental. Secularmente, as tribos saarauís tinham uma forma de governo federal próprio. Tinham o chamado Conselho dos 40, que se reunia sempre que havia alguma ameaça estrangeira, para regular as relações entre as tribos. Eram os anciãos. Mas, invocando o suposto direito ancestral, o Marrocos convocou o Tribunal de Haia, para que este emitisse um parecer para ver se efetivamente o Marrocos tinha direitos. O Tribunal, depois de três meses, depois de investigar toda a documentação espanhola, argelina, marroquina, chegou à conclusão de que não havia nenhuma ligação de soberania entre o reino de Marrocos e o Saara Ocidental. Nesse mesmo dia, começou a invasão. A política do fato consumado. E desde então, estão lá.

E qual era o interesse do Marrocos em ocupar o Saara Ocidental? Por que ele queria esse território?

Há vários fatores. A monarquia, profundamente corrupta, tinha a oposição de setores nacionalistas progressistas das Forças Armadas marroquinas. Uma das razões para começar a invasão era jogar o exército lá para o meio do deserto. Quanto mais longe do palácio, melhor. Essa foi uma das razões internas. Outra razão era a de tomar o controle das jazidas de fosfato do Saara Ocidental, uma das maiores e mais ricas do mundo. Nem precisa abrir buraco, é só tirar uma camada de areia. As reservas eram calculadas em 10 bilhões de toneladas. Além disso, no mar territorial do Saara Ocidental tem um dos bancos de pesca mais ricos do mundo. Lá, todo ano pescam uns cinco, seis, oito mil navios. E todos eles pagam direitos para pescar aí. Quanto pagam? Não sei. Talvez 30, 40 mil dólares para poder trabalhar aí o ano inteiro, cada navio. Todo esse dinheiro, que recebia a Espanha, agora vai para os bolsos não do Marrocos, mas do rei do Marrocos.

Qual foi a característica da colonização espanhola? Foi igual ao do resto do continente, de exploração de recursos naturais?

Na realidade, desde que a Espanha começou a ocupação do Saara Ocidental, em 1882, nunca fez nada. Aproveitava a costa saarauí para ter bases para os barcos de pesca. Não tinha outra importância, até que descobriram a presença das jazidas de fosfato. Aí, o governo espanhol fez um investimento muito grande. Todo um complexo minerador que implicava extração, transporte e carregamento dos navios. Tudo aquilo começava a dar lucros para o governo da Espanha, porque era uma companhia do Estado espanhol, mas aí começou a invasão marroquina. As instalações foram construídas para extrair até 10 milhões de toneladas por ano. No primeiro ano, o governo espanhol exportou dois milhões, no segundo ano, cinco milhões, e no terceiro, acabou, porque começou a guerra. Portanto, quem está aproveitando agora é o Marrocos. Aproveitando as próprias instalações espanholas. Eles exploram os minérios e os direitos de pesca.

Exportam para quem?

Para muitos países. No Marrocos, também há jazidas. Só que, claro, quando você tem as principais jazidas do mundo, você se converte em monopolista, e pode impor preços no mercado internacional. Isso é o que está fazendo o Marrocos, pois a companhia que explora é do Estado. Na verdade, não é do Estado, é do rei. O rei é o principal acionista da companhia estatal. Estamos falando diretamente da riqueza do rei.

O senhor disse que os soldados que participaram da invasão marroquina vinham também com bandeira estadunidense.

Foi uma coisa muito esquisita. Quem autorizou o começo da operação, da Marcha Verde, foi Henry Kissinger [ex-secretário de Estado dos EUA]. Tudo isso foi feito em cumplicidade com o governo norte-americano.

Desde então a monarquia marroquina já era aliada dos EUA?

Sim. Os EUA têm interesses estratégicos no Marrocos. Porque é a zona de confluência da 6ª Frota, do Mediterrâneo, e da 2ª Frota, do Norte do Atlântico. Portanto, o Marrocos era uma peça importante no esquema de dominação geoestratégica dos EUA. O Marrocos de um lado, o Egito do outro, e a África do Sul lá no sul. Era o Triângulo das Bermudas.

Então a invasão do Saara Ocidental foi de interesse dos EUA.

Foi tudo cozinhado entre a monarquia marroquina, os EUA e a França. Naquele tempo, neste último, já estava o Valéry Giscard d'Estaing, de direita. A França tem também interesses muito fortes na região.

Quais são?

A França é a ex-potência colonial. Marrocos, Tunísia, Argélia, Mali, Senegal. No meio daquele oceano francófono, está o Saara Ocidental hispanófono. A França foi embora, politicamente, mas economicamente, ficou. O domínio continuou. Esses interesses neocoloniais amarravam os interesses da burguesia, do feudalismo marroquino, com os do imperialismo francês. E estava em jogo aquele prestígio da França. “Aqui mando eu”. Por isso que sempre foi o aliado principal do Marrocos. E é até agora. Além disso, havia os interesses econômicos.

Desde 1975, quando começou a invasão marroquina, como evoluiu a resistência saarauí?

A Espanha vai embora numa operação que culmina em 27 de fevereiro de 1976, dia em que sua bandeira é arriada pela última vez. Nesse mesmo dia, no interior do deserto, a Frente Polisario proclama a República Democrática Saarauí [RASD], para que não houvesse nenhum vácuo jurídico que pudesse ser aproveitado pelos novos ocupantes. Imediatamente, essa república jovem, recém-nascida, já é reconhecida por sete países da África. A primeira tarefa da nova república: salvar a vida da população civil, que estava ameaçada de genocídio pelas tropas marroquinas. Entraram matando, acabando com tudo. Bombardeios de napalm, de fósforo branco. Todos aqueles que puderam, fugiram para o interior do deserto, para os acampamentos da Frente Polisario, procurando proteção. E a aviação marroquina os bombardeava. Teve um acampamento desgraçadamente famoso em Um Draiga que foi bombardeado por três dias seguidos. Mataram 2.500 pessoas. Imagina quantos desapareceram. A verdade é que houve um perigo real de extermínio da população. Então a Frente Polisario fazia um combate ferrenho para impedir o avanço das tropas marroquinas. Ao mesmo tempo, evacuava a população civil rumo à Argélia. O presidente argelino, Houari Boumédiène [1965-1978], abriu a fronteira, e aí foi a salvação da população civil. Hoje, os acampamentos estão no mesmo lugar. É o ponto mais extremo do Deserto de Saara. No inverno, atinge a temperatura de quase 0ºC. No verão, ao meio-dia, 60ºC. Você percorre a região inteira de carro e encontra um arbusto, outro a cinco quilômetros, outro a dez quilômetros. Só isso! O resto é areia, pedra, areia, pedra. No meio do nada, eles montaram os acampamentos para sobreviver. Então, o Exército Saarauí, uma vez que culminou a etapa de resgate da população civil, passou a uma fase de ofensiva. E assim foi de 1976 a 1991. Quinze anos depois, a partir das negociações promovidas pelas Nações Unidas e a OUA [Organização da Unidade Africana], chegou-se a assinar o acordo de cessar-fogo. Na guerra, as Forças Armadas Saarauís não puderam expulsar os marroquinos. Mas estes tampouco puderam acabar com os saarauís. Quando as tropas da ONU entraram, tinha, do lado saarauí, 15 mil combatentes. Do lado marroquino, 165 mil homens, armados pelo melhor armamento da África do Sul, França, Espanha e EUA. Em 1980, o exército marroquino ficou quase encurralado pelos ataques do Exército Popular Saarauí. Aí, com a ajuda diplomática, política e financeira dos EUA, e de Israel, construíram os muros fortificados para evitar os ataques do Exército Popular Saarauí. Começaram a construir um muro em torno da região das jazidas. Depois fizeram outros. Hoje tem um muro que vai do norte até o sul, são mais de 2.500 quilômetros. Tem 150 mil soldados permanentemente deslocados ao longo do muro, que está precedido por campos minados, por campos de arames farpados. Eles têm sistemas de radares que detectam os movimentos de uma pessoa a 10 quilômetros de distância. A cada cinco quilômetros, há uma posição de infantaria. A cada dez quilômetros, uma posição de artilharia pesada. Detrás do muro, estão as bases dos blindados. E, por cima de tudo isso, há a aviação, continuamente patrulhando. Estima-se que isso está custando ao Estado de Marrocos, em média, 4 ou 5 milhões de dólares por dia.

Provavelmente, com a ajuda financeira dos EUA, França...

Logicamente. E mais: os saarauís falam “por que o Marrocos é subdesenvolvido?”. Precisamente porque o dinheiro que podiam empregar no seu desenvolvimento estão empregando em gastos militares. Então, aquela divisão do deserto pelo muro, paras os saarauís, foi um choque, o deserto parecia livre, mas, de repente... uma muralha. As negociações procurando um acordo político deram como resultado o cessar-fogo que entrou em vigor em setembro de 1991. Com uma condição fundamental: que, em poucos meses, fosse realizado um plebiscito para que a população saarauí pudesse manifestar sua vontade a respeito de seu futuro político, sem pressões de nenhum tipo, livremente, tudo isso controlado pelas Nações Unidas. Escolher entre ser livres, independentes, ou ser parte do reino de Marrocos. Acontece que desde então, o reino de Marrocos tem se dedicado a sabotar, a por empecilhos diversos, para impedir a realização do referendo. Hoje já falam: “referendo não, isso é nosso, não tem discussão. Poderemos dar no máximo, uma autonomia”. Como se fosse uma província autônoma, mas sob a soberania do Marrocos. Já nem aceitam o referendo. Os saarauís dizem que aquele acordo que propiciou o fim da guerra tem sido violentado, e que, portanto, a guerra pode voltar. Essa é a situação hoje.

Esse conflito se deu na época da Guerra Fria. Houve um apoio, para a Frente Polisario, por parte da União Soviética, de Cuba etc?

Da União Soviética nunca. De Cuba sim. Desde o início da proclamação da República, Cuba apoiou de uma forma só: admitindo, no seu território, estudantes saarauís. Hoje, já passaram, por Cuba, milhares de saarauís. São médicos, engenheiros. São chamados de “cubaarauís”.

Por que o senhor acha que a União Soviética não interviu?

Na minha opinião, porque tinha um bom comércio com o Marrocos. Eram pragmáticos. Nunca deram nada, nem um pedaço de pão. Nem sequer o reconhecimento político. Os únicos países da Europa que reconheceram politicamente e diplomaticamente a República Saarauí foram a Iugoslávia, que não existe mais, e a Albânia, que mudou totalmente. Só. Mas do resto do bloco socialista europeu, nenhum deles. A ajuda militar veio da Argélia e, fundamentalmente, depois, havia os armamentos que eram pegos dos marroquinos. Nos acampamentos, há um museu militar, uma pequena mostra do que os saarauís capturaram. Tanques sul-africanos, norte-americanos, canhões auto-propulsados franceses, caminhões franco-germanos, metralhadoras, armamentos ligeiros e morteiros espanhóis.

Nesses acordos de 1991, além da realização do referendo, quais eram as bases dele?

O referendo era o principal. Primeiro, entrariam os cascos azuis e uma força multinacional de polícia, para preparar o terreno para a realização do referendo. Outro ponto era o transporte, por parte da ONU, dos refugiados para o território saarauí. Três meses após os acordos, iriam realizar o referendo. Ou seja, iria ser em janeiro de 1992.

E por que não foi realizado?

Nesses mesmos dias, o rei Hassan II falou: “espera aí, eu tenho aqui uma lista de saarauís que não estão contemplados no censo espanhol”. Porque a base do padrão eleitoral seria o censo espanhol, que contava 74 mil saarauís. O rei tirou uma lista de 120 mil. Imagina, numa população com 74 mil eleitores, e você põe 120 mil a mais. Eram os saarauís nascidos em Marrocos, que teriam direito a votar também. A Frente Polisario nunca aceitou. Nem a ONU. Ninguém aceitou. Mas, com isso, o rei bloqueou o referendo. Então, tiveram que fazer uma depuração e chegaram à conclusão que só 10 mil tinham direito. Aí, o Marrocos não aceitou. Então, inventaram outra coisa. E assim foi passando o tempo. Por que o Marrocos faz isso? Porque tem o respaldo da França. E a França tem veto no Conselho de Segurança da ONU.

Qual a população do Saara Ocidental hoje?



Aproximadamente 300 mil pessoas. Entre os que estão nos acampamentos, nos territórios ocupados, e os dispersos pelo mundo. Nos acampamentos, são 180 mil. Nos territórios ocupados, uns 90 mil. Só que os marroquinos enfiaram colonos... a mesma política de Israel. Além dos 165 mil soldados, tem todo o aparelho de administração colonial. E além disso, enfiaram 120 mil colonos. Ou seja, hoje a população saarauí é minoria dentro dos territórios ocupados. Então, a impaciência chega, e, por não poderem, por enquanto, optar pela via armada, começaram, em 2005, uma rebelião pacífica, a Intifada Saarauí. Nos acampamentos, estão desejando começar a guerra de novo.

Esse foi um movimento espontâneo ou foi impulsionado pela Frente Polisario?

Foi uma mistura. Começou em maio de 2005. Até hoje, não tem parado em nenhum momento. São quatro anos de rebelião pacífica. Por enquanto, os saarauís não deram nem um tiro. No máximo, são pedras. Mas a repressão é muito grande. Neste momento, tem presos políticos em greve de fome há 30, 40 dias. Reclamando melhores condições na prisão. Mas, desde maio de 2005, desapareceram 15, e morreram quatro ou cinco. E milhares passaram pela prisão e pela tortura. Espancados nas ruas, também milhares. Homens e mulheres. Continuamente. O presidente saarauí está pedindo para a ONU para que esta cuide dos direitos humanos da população que está nos territórios ocupados. O tema foi levado ao Conselho de Segurança este ano, e foi até defendido pelo embaixador norte-americano. Pela primeira vez. Quem ficou sozinha foi a França. Ficou em evidência perante o mundo inteiro que só eles não permitem que a ONU cuide dos direitos humanos da população saarauí. Mas, pela primeira vez, o governo norte-americano assume uma posição diferente da de anteriores governos. Então, estamos numa fase promissora, porque, por um lado, a Intifada continua. Por outro lado, a Anistia Internacional, a Human Rights Watch, o Parlamento Europeu, têm emitido relatórios denunciando a violação permanente dos direitos humanos e pedindo à ONU que tomem conta disso. Por outro lado, o lobby pró-Saara Ocidental tem um peso que antes não tinha sobre o governo norte-americano. Antes, só os marroquinos, sobretudo com o Bush. O que está pedindo o governo saarauí? Uma coisa só: vamos fazer o referendo. Por que eles não fazem? Têm medo, porque a população saarauí quer ser independente. E tem uma coisa interessante. Os protagonistas da Intifada são os jovens saarauís. Mas os jovens que já nasceram nos territórios ocupados. Coisa que o Marrocos não conseguiu ganhar, sequer ideologicamente, foi a juventude. E mais: há filhos de colonos marroquinos que, por terem nascido no Sarra Ocidental, se sentem saarauís. Essa é uma derrota política muito forte para a monarquia. Ela se mantém somente na base da ocupação das Forças Armadas e do aparelho de repressão.

O senhor falou de governo saarauí. Foi o governo instituído pela Frente Polisario, não é?

O governo saarauí por enquanto é de partido único, o partido da Frente Polisario. Mas esse partido tem uma existência condicionada à independência. O dia em que a República for totalmente soberana, que tiver o domínio sobre todo o território, automaticamente a Frente Polisario fica dissolvida e daí nascerão x partidos. É um acordo das forças políticas saarauís de combater todos juntos sob uma só bandeira, a da independência. São por definição, religiosos. Sunitas. Mas bastante liberais. É uma República comum e corrente, tem Poder Executivo, Legislativo e Judiciário.

Que não são reconhecidos internacionalmente.

Hoje, a República Saarauí é reconhecida por 82 países. Em toda a América Latina, só faltam três países para darem seu reconhecimento: Brasil, Argentina e Chile. O primeiro foi o Panamá, em 1978. Tem embaixada em Havana, Caracas, Cidade do México e Cidade do Panamá.

Como é a população saarauí hoje? Do que ela vive, quais suas características etc?



A população saarauí que está há 33 anos nos acampamentos no sul da Argélia sobrevive graças a duas coisas. A sua determinação de sobreviver, e à solidariedade internacional. Dos organismos humanitários, da União Europeia, toda ajuda do governo argelino, e muita ajuda do povo espanhol. Porque embora o Executivo esteja totalmente a favor do Marrocos, a população espanhola está com os saarauís. No nível municipal, autonômico, estão com os saarauís. Concretamente, o Zapatero [José Luis, presidente da Espanha] e o chanceler Moratinos [Miguel Ángel] têm se inclinado a favor da monarquia marroquina. Têm até dado de presente armamento.

Por quê?

Eu gostaria de saber. Deve ter interesses econômicos muito fortes de empresas espanholas no Marrocos para a exploração de diversos setores, turismo, minérios... interesses da monarquia espanhola... e deve ter alguns interesses pessoais de alguns políticos espanhóis, quem sabe o que.

Como é a economia do Saara Ocidental?

Lá nos acampamentos tem manufaturas artesanais, algumas hortas, uma agricultura muito precária. Imagine, no meio do deserto.

E a população dos territórios ocupados, como vivem?

Sobrevivem, não sei como, porque são discriminados. Eles trabalham nas coisas que foi pondo lá a indústria extratora das jazidas de fosfato, trabalham na pesca, mas sempre são de quinta categoria. Se têm algum problema, são demitidos imediatamente.

No Saara Ocidental, nessa região, existem empresas francesas, espanholas, estadunidenses...

De todos os lugares. Porque, para piorar, há quatro, cinco anos, descobriram que tem petróleo e gás natural. Há uma campanha mundial das organizações progressistas para impedir a exploração dos recursos naturais saarauís. Já obrigaram empresas norueguesas, australianas a se retirarem, sob argumentos éticos. Na realidade, segundo o direito internacional, ninguém pode tirar, porque é um território ocupado. Mas tem empresas espanholas, que exploram a pesca...

Que negociam diretamente com o Marrocos.

Claro. E tem outras nacionalidades, explorando minérios, pesca. E agora, querem morder o petróleo também. Voltando, a Frente Polisario falou: “se nós fizermos o referendo, vamos ganhar. E se ganharmos, os colonos marroquinos podem ficar. Não vão ser nem expulsos, nem discriminados”. E eles cumprem. Os saarauís são muito direitos nesse sentido. Eles têm um sentido de hospitalidade impressionante. Claro, é cultural do deserto. É a garantia de sobrevivência.

Tem alguma coisa que o senhor gostaria de acrescentar?

A importância que hoje teria um reconhecimento por parte do Brasil. O peso internacional é grande. No fim das contas, estamos falando de um governo de esquerda. Um governo de esquerda deve ter determinados princípios que guiem sua atuação internacional. Já são 28 países na América Latina que reconhecem o Saara Ocidental. O Brasil fala que tem uma política de neutralidade, mas não é verdade. Porque quando você tem um forte que agride e uma vítima que é agredida, e você tem relações com o forte, e não tem com a vítima, então isso não é neutralidade. O Brasil tem embaixada marroquina em Brasília. Por que não tem a embaixada saarauí? Um dirigente de esquerda não pode ser neutro. Você tem que estar sempre do lado da vítima da injustiça. Eu acho que um governo de esquerda no Brasil deveria adotar medidas similares. Não estaria fazendo nenhum ato vanguardista. Mas seria muito importante. Porque quanto mais pesar na balança internacional o reconhecimento a favor da República Saarauí, menos probabilidades haverá de estourar novamente uma guerra. Mas se o povo saarauí for condenado a não ter outra saída que não seja a guerra, vai correr sangue de novo.

Fonte: www.brasildefato.com.br

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

John Stuart Mill


"Que a humanidade não seja infalível, que suas verdades, em sua maioria, sejam apenas meias-verdade, que não é desejável a unidade de opinião, salvo quando resultante da mais completa e livre comparação entre opiniões opostas, e que a diversidade não representará um mal, mas um bem, até os homens serem mais capazes do que hoje de reconhecer todos os lados da questão, constituem princípios aplicáveis aos modos de ação do homem, não menos que às suas opiniões.” John Stuart Mill(Londres, 20 de Maio de 1806 — Avinhão, 8 de Maio de 1873)Filósofo e economista inglês, e um dos pensadores liberais mais influentes do século XIX.

A DESOBEDIÊNCIA CIVIL


"Sob um governo que prende qualquer homem injustamente, o único lugar digno para um homem justo é também a prisão. Hoje em dia, o lugar próprio, o único lugar que Massachusetts reserva para os seus habitantes mais livres e menos desalentados são as suas prisões, nas quais serão confinados e tranca­dos longe do Estado, por um ato do próprio Estado pois os que vão para a prisão já antes tinham se confinado nos seus princípios. E aí que devem ser encontrados quando forem procurados pelos escravos fugidos, pelo prisioneiro mexicano em liberdade condicional e pelos indígenas, para ouvir as denúncias sobre as humilhações impostas aos seus povos; é aí, nesse chão discriminado, mas tão mais livre e honroso, onde o Estado planta os que não estão com ele mas sim contra ele - a única casa num Estado-senzala na qual um homem livre pode perseverar com honra." THOREAU, HENRY DAVID. A DESOBEDIÊNCIA CIVIL. 1848

AMSE CONDENA ATAQUES CONTRA CIVILES SAHARAUIS


La Asociación de Mujeres Saharauis en España (AMSE) expresa su más enérgica condena a la represión desatada éste lunes, 10 de Octubre, por el ejército de ocupación marroquí contra civiles saharauis en la ciudad ocupada de el-Aaún, quienes trataban de llevar a cabo una manifestación pacífica para conmemorar el primer aniversario de la instalación del Campamento de la Dignidad en Gdeim Izik , situado a menos de una veintena de kilómetros de la capital ocupada del Sáhara Occidental, el cual según muchos analistas internacionales representa el germen de la llamada "Primavera Árabe", entre ellos destacamos al filósofo y escritor norteamericano, Noam Chomsky.
Las Mujeres Saharauis manifestamos nuestra profunda preocupación por el continuo deterioro del respeto a los derechos humanos en las ciudades saharauis ocupadas por el ejército de Marruecos, el cual no solamente reprime salvajemente a la población civil saharaui sino también les impide ejercer su legítimo derecho a la libre expresión.

Cabe señalar que la feroz intervención llevada a cabo por el ejército marroquí y las fuerzas auxiliares ha sido calificada de brutal, según testigos oculares, que se han puesto en contacto con AMSE para informarle de lo acaecido.
Un ejemplo de la violencia ejercida por las fuerzas marroquíes es el caso de una mujer saharaui que fue apresada mientras huía por calle Mezuar. Tras ser retenida por la policía marroquí, esta, empezó a golpearla fuertemente bajo presencia de toda persona que se encontraba cerca.
Esta mujer, que ha sido fuertemente agredida, es la mujer de Bahía Nowf, uno de los jefes de las tribus saharauis.
Otro ejemplo es el de la activista de DDHH Sultana Jaya, que también ha sido agredida sufriendo lesiones en su ojo sano, el izquierdo. Su otro ojo lo perdió bajo las torturas de la policía marroquí hace ya varios años.
Las Mujeres Saharauis aprovechamos ésta ocasión para lanzar un llamamiento urgente a los países y pueblos amantes de la justicia y de la paz a ejercer presión sobre el Reino de Marruecos a respetar las resoluciones internacionales sobre el Sáhara Occidental y a respetar escrupulosamente los derechos humanos.

Fonte: http://mujeresaharauis.blogspot.com

domingo, 2 de outubro de 2011

ENTREGA DE CRÂNIOS DE GENOCÍDIO NA NAMÍBIA GERA ATRITOS NA ALEMANHA

Entrega de crânios de genocídio na Namíbia gera atritos na Alemanha


01/10/2011 - 09h00

O ato de entregar à Namíbia 20 crânios de vítimas de um genocídio realizado pelo império alemão durante a guerra colonial no país despertou em Berlim indignação por parte da delegação namibiana diante da ausência de ministros alemães, informou neste sábado a imprensa local.

A delegação que chegou à Alemanha na segunda-feira retornará à Namíbia no próximo dia 3. Ela está liderada pelo titular da Juventude, do Esporte e da Cultura, Kazenambo Kazenambo, e integrada por outros ministros e membros do Executivo, assim como representantes das etnias herero e nama.


Na cerimônia de entrega dos crânios, o governo alemão esteve representado pela secretária de Estado do Ministério de Assuntos Exteriores, Cornelia Pieper, constantemente interrompida durante seu discurso pela delegação africana.

Segundo ela, a Alemanha "reconhece o duro legado histórico e a consequente responsabilidade moral e histórica" do genocídio ocorrido. Pieper pediu, "em nome do governo", reconciliação com o povo namibiano, enquanto alguns dos convidados africanos exigiam desculpas e compensações, de acordo com o veículo "Die Tageszeitung".

A delegação namibiana disse se sentir ignorada pelo governo alemão, e discutia a possibilidade de interromper sua visita e regressar, o que não ocorreu, segundo o jornal, porque alguns membros se recusaram a partir sem os crânios.

Os 20 crânios chegaram há mais de cem anos em Berlim para que cientistas alemães os usassem em pesquisas. O genocídio, realizado pelas forças coloniais entre 1904 e 1907 na então chamada África Alemã do Sudoeste --hoje Namíbia--, é considerado um precedente de outras limpezas étnicas.

Fonte: www1.folha.uol.com.br

Diante de um fato histórico de tamanha envergadura e relevância, decidi aprofundar o assunto e cheguei ao blog cnncba.blogspot.com, onde me deparei com este artigo escrito pelo Téologo e Historiador senhor Walter Passos, com uma abordagem que revela conhecimento, pesquisa e humanismo.


O GENOCÍDIO ESQUECIDO – A REVOLTA DOS HEREROS E NAMA NA NAMÍBIA

Por Walter Passos. Teólogo, Historiador, Pan-africanista, Afrocentrado e Presidente CNNC – Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos. Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: walterpassos21@yahoo.com.br



O POVO HERERO

Provenientes da migração dos bantos da região oriental da África, o povo Herero instalou-se na Namíbia entre os séculos XVII e XVIII. Atualmente tem sua população estimada em 240 mil pessoas vivendo na Namíbia, Botsuana e Angola. O Ovaherero engloba vários subgrupos, incluindo o Ovahimba, o Ovatjimba o Ovambanderu e os vaKwandu, grupos em Angola incluem o vaKuvale, vaZemba, Hakawona, Tjavikwa e Tjimba (herero pobres) e Himba que regularmente atravessam fronteira da Namíbia com Angola quando migram com os seus rebanhos.
Durante o período colonial, os europeus tentaram defini-los como grupos étnicos distintos, mas as pessoas consideram-se todos Ovaherero. Apesar de divididos em diversos subgrupos, possuem o mesmo idioma herero, além de português em angola, inglês em Botsuana e inglês e africâner na Namíbia. Também, os antropólogos brancos a serviço do colonizador-racista tentaram dividi-los em seus estudos de antropologia dizendo que são de origens diferentes. Hábito dos brancos em dividir para governar ou exterminar.



O POVO NAMA OU NAMAQUA

Nama (em fontes mais antigas também chamados Namaqua) é um grupo étnico da África do Sul, Namíbia e Botsuana. Eles falam a língua Nama do Khoe-Kwadi (Khoisan central). Os Namas são o maior grupo de pessoas Khoikhoi, a maioria deles já desapareceram em grande parte como um grupo, exceto os Namas. Muitos vivem em Namaqualand.


Após a Conferência de Berlim, a Alemanha invadiu o continente africano e além de outras regiões anexou à Namíbia, enviando para a África invasores (colonos ou descobridores – denominações usadas pela historiografia branca) que pilharam as terras e riquezas da população nativa. Difundido a supremacia branca e comparando o povo herero a babuínos.



Os homens eram constantemente espancados até a morte e as mulheres vítimas de estupro e escravizadas sexuais dos colonos e soldados alemães.
Como conseqüência dessas violações em 12 de janeiro de 1904 o povo Herero resolveu resistir ao invasor-colonizador - racista alemão, liderados por Samuel Maharero. Conforme os historiadores essa guerra de libertação teve como conseqüência o primeiro genocídio do século do XX, impetrado pelo império alemão contra homens, mulheres e crianças originais: as populações Herero e Nama, habitantes na Namíbia.

Samuel Maharero

Líder guerreiro e chefe do povo Herero, ainda criança foi catequizado e freqüentou escolas luteranas que o viam como um futuro pastor. Rebelou-se contra os invasores alemães, enfrentou as famigeradas tropas colonialistas. Teve que exilar-se em Botsuana onde continuou líder dos exilados herero vindo a falecer em 1923. É relembrando na Namíbia como herói no dia 26 de janeiro no dia dos hereros.


Hendrik Witbooi

Hendrik Witbooi tem o seu rosto estampado nas notas bancárias na Namíbia. Para seus seguidores ele era conhecido por seu nome de
Nama Khaob! Nanseb/Gabemab, que significa 'O capitão, que desaparece na grama”, uma referência à sua famosa habilidade como uma lutador de guerrilha. Nasceu em 1830 em uma família de líderes.
Hendrik Witbooi era um homem religioso. Mais tarde, durante a guerra com os alemães, em 1904-1905, Witbooi voltou ao seu povo com a convicção de Deus havia de guiá-los para lutar por sua liberdade contra os imperialistas.
Em Outubro de 1904, dez meses após a herero tinha lançado em escala completa guerra contra os alemães, Hendrik Witbooi levou Namaland contra os alemães. Na idade de 80 anos, ele lutou com os seus soldados até que morreu no campo de batalha decorrente de uma ferida na coxa, em 28 de outubro de 1905 perto de Vaalgras.




Cédula com a foto de Hendrik Witbooi


GENOCÍDIO PRATICADO PELOS ALEMÃES

Kaiser Wilhelm II

Com a mobilização do povo herero o kaiser Wilhelm II, enviou 14.00 mil soldados sob o comando do Tenente-General Lothar von Trotha, conhecido pela brutalidade ao participar da revolta boxer na China e a violenta repressão aos povos pretos que ofereceram resistência ocupação alemã da África Oriental (Ruanda, Burundi e Tanzânia). Ao chegar à Namíbia disse a sua finalidade:
- "Eu acredito que a tribo herero como tal deve ser exterminada."
E escreveu:- "O exercício da violência e do terrorismo é a minha política. Eu vou destruir as tribos Africanas com fluxos de sangue e de dinheiro. Só após essa limpeza pode surgir algo novo, que permanecerá.”
E em um comunicado ao povo Herero diz:
"Todos os herero devem deixar a terra. Se recusarem, então eu vou obrigá-los a fazê-lo com as grandes armas. Qualquer herero encontrado dentro de fronteiras alemãs, com ou sem uma arma, vai ser abatido. Não serão tomados prisioneiros. Essa é a minha decisão.”
Inspirador e executor do massacre dos hereros na Namíbia o general Lothar Von Trotha seguiu um plano elaborado na Conferência de Berlim de 1885, onde os Hereros e Namas foram eliminados sistematicamente, já que o objetivo era apoderar-se de suas terras; para isso estabeleceram um campo de concentração, trabalhos forçados e execuções em massa.
Em contraste, uma carta do chefe herero Samuel Maharero ao seu povo logo após a eclosão da guerra estabelece que os ingleses, Boers, missionários e pessoas de outras tribos não viriam a ser prejudicados. A história tem demonstrado que ambas as instruções foram diligentemente realizadas.
Em uma batalha decisiva no Hamakari, perto Waterberg, em 11 de Agosto de 1904, as tropas de Von Trotha cercaram a nação herero em três lados e estes foram brutalmente derrotados. Em uma jogada cínica, ele deixou o caminho aberto apenas para a área do deserto do Kalahari.. O plano de batalha era que as pessoas que escaparam das balas do exército Alemão deveriam morrer de sede. Poços de 150 milhas (240 km) ao redor do deserto ou eram patrulhados ou envenenados, e aqueles hereros que vieram rastejando para fora do deserto, desesperados por água, foram mortos a baioneta. Isto deixou os hereros com uma única opção: atravessar o deserto dentro de Botsuana, na realidade, marchar para a morte. Esta é, na verdade, como a maioria dos hereros foram exterminados.

Hereros no deserto famintos e sedentos após as tropas alemãs envenenarem os poços de água.

Devido a escassez de trabalho na colônia, o extermínio da campanha de Von Trotha foi finalmente parado por Berlim, e os hereros sobreviventes foram postas em concentração campos. Colocados a trabalho escravo, sobrecarregados, com fome, e expostos a doenças como a febre tifóide e a varíola, a maioria dos homens herero pereceu nestes campos e as mulheres foram transformadas em escravas sexuais.
O resultado desta política foi que, a partir de 1904 para 1908, foram reduzidas da nação herero de 80000 a 15000 pessoas famintas e refugiados em sua própria terra.

Guerreiros herero capturados por tropas alemãs

Após a guerra, todos os herero de idade superior a sete anos eram obrigados a vestir um disco metálico em torno de seus pescoços com seu número de registro, designando-os como mão-de-obra disponível.

O CAMPO DE CONCENTRAÇÃO NA ILHA SHARK



A ilha de Shark foi o local usado de 1904 a 1907 que confinou membros das tribos Herero e Nama. Ao longo dos três anos foi o acampamento onde 3000 pessoas encontraram a morte. Para todos os efeitos, considera-se um acampamento de morte, tal como o seu único propósito era o de exterminar pessoas herero Namaka.
O trabalho forçado do acampamento foi utilizado para construir Lüderitz locais e vias férreas. Outros campos existiam em todo lugar invadido pela Alemanha, incluindo locais como Swakopmund, Windhoek e Okahandja.

Campo de Concentração na Ilha Shark


EXPERIÊNCIAS GENÉTICAS

Foi no campo de Concentração da Ilha de Shark que Eugen Fischer fez suas primeiras experiências "médicas" sobre raça, genética e eugenia, utilizando como cobaias tanto herero como os mestiços descendentes dos estupros das mulheres herero. Sob sua supervisão, foram preservados corpos e cabeça de hereros que tinham sido enforcados e foram enviados à Alemanha para dissecção.
Fischer tornou-se diretor do Instituto Kaiser Wilhelm de Antropologia, Hereditariedade Humana e Eugenia. Foi co-autor do livro - Os Princípios da Hereditariedade, Raça e Higiene - que se tornou o livro padrão sobre o assunto na Alemanha.
Hitler nomeou Fischer como reitor da Universidade de Berlim, em 1933, onde lecionou medicina para médicos nazistas. Fischer é por vezes referido como o pai da moderna genética. Este homem foi um grande defensor do aborto e da esterilização dos não-brancos.

Foto de Eugen Fischer - Observe a foto de mulheres pretas nos seus estudos eugênicos.

“EU TAMBÉM VIAJO PARA O CÉU EM UMA CARROÇA."

Em seu livro Heróis Herero, Jan-Bart Gewald descreve a morte de um dos líderes cristãos herero, testemunhado por um missionário alemão Friedrich Meier:
“Fraco de doença e de maus tratos, Kukuri foi transportado para a sua execução nas costas de um carro de boi. Ele não mostrou o menor vestígio de medo, mas, em vez disso olhou como se estivesse indo para um casamento! Em uma etapa da viagem, disse ao “Pastor” Meier: como Elias, também eu vou viajar para o céu em um vagão.
Quando eles chegaram o local ainda estava sendo preparado. Meier temia pela tranqüilidade de Kukuri e pediu que parasse de olhar para a forca. Ele respondeu:
- Por que não devo olhar para ela? Não é “a minha madeira" (a minha cruz)?
Os dois oraram e juntos cantaram um belo hino: Então tome minha mão e leva-me. Então Kukuri disse:
- Parece que você ainda teme que eu tenha medo, mas quando um pai chama seu filho, o filho tem medo de ir para ele? Dê a minha esposa, que está em Okahandja, a minha saudação e diga a ela que eu já morri na fé do Senhor Jesus Cristo, assim também diga aos meus filhos, pois você deve sempre vê-los.
Em seguida, disse:
- Senhor Jesus, me ajude.
Kukuri subiu a escada e a corda foi colocada em volta do seu pescoço. Como ele estava caindo, o nó escorregou, de forma que ele caiu no chão, inconsciente. Dois soldados o levantaram e, seguindo ordens, e realizaram disparos de arma de fogo, matando-o. Assim entrou Kukuri na presença do Senhor.
Ainda hoje Hereros são membros da Igreja Luterana, defendendo esta ideologia, e comungando com os brancos que assassinaram seu povo na chamada “Guerra de Pacificação da Namíbia”.

" Irmãs" Luteranas na Namíbia.


Em Windhoek, a Christuskirche e o Reiterdenkmal, monumento que homenageia os soldados alemães que morreram na “pacificação” da Namíbia ao fundo uma igreja luterana.


CONCLUSÃO

A Alemanha compensou os Askenazis (descendentes dos kazars) que se dizem judeus após a 2ª guerra mundial em milhões de dólares e apoiou o mundo branco ocidental cedendo terras no Oriente Médio, para a criação do estado de Israel. Mas, até hoje o brutal genocídio dos povos Herero e Nama não foram compensados, os seus descendentes que perderam terras, gados, e potenciais recursos minerais que estão nas mãos dos descendentes de alemães, não receberam das autoridades alemãs nenhum pedido de desculpas e reparação. Apesar dos protestos e mobilizações das minorias étnicas Herero e Nama.
O povo preto não pode esquecer dos 105 anos da resistência dos Herero e Nama! E também do Genocídio impetrado pelos Alemães.
Viva a memória de Hendrick Vitbooi, Samuel Maharero, e dos 65.000 mil hereros (70% da população) e 10.000 Namas (50% da população) que foram dizimados pelas forças genocidas da Alemanha.
Genocide and the second Reich 7: Shark Island.



Fonte:cnncba.blogspot.com/2009/01/o-genocdio-esquecido-revolta-dos.html

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

UMA MULHER E O SEU TEMPO


Uma Mulher e o seu Tempo

Por Renato Levy

“Uma mulher tem o direito de subir ao cadafalso; ela deve ter também o de subir a uma tribuna".
Olympe de Gouges




A Revolução Francesa (1789) foi pródiga na produção de personagens. Dentre os mais variados tipos e comportamentos que contribuíram para que a França fosse o epicentro da explosão sócio-política do final do século 18, deve-se aludir à uma figura feminina que contribuiu com a sua própria existência para que a ação libertária da mulher, mais cedo ou mais tarde, atingisse seus objetivos. Esta mulher passou à posteridade conhecida pelo nome de Olympe de Gouges, cujo nome verdadeiro era Marie Gouze. Ela nasceu em 1748 em Montauban, no Sul da França. Filha de uma família modesta, seu pai era açougueiro e a mãe, serviçal. Alguns historiadores atribuem a sua paternidade adulterina a um nobre. Aos 16 anos, casou-se com um homem muito mais velho. Um ano depois, ela deu à luz o seu único filho. O matrimônio não durou muito. Logo em seguida ao parto, ficou viúva. Após, ela fugiu para Paris, mudou de nome e começou a apresentar-se no palco. Típica mulher de classe média, que foi inspirada pela Revolução sem haver apreendido sua essência, ela habituou-se a escrever peças e panfletos, conclamando pela abolição do tráfico de escravos e pleiteando que a mulher tivesse acesso à função pública e ao Exército. A efervescência daqueles idos de 1789 na França não permitia que alguém permanecesse indiferente ao que estava acontecendo. O historiador George Rudé afirma que “em outubro de 1789, enquanto os cavalheiros da Assembléia Constituinte falavam interminavelmente sobre reforma e constituições, as mulheres pobres de Paris - as peixeiras, lavadeiras, costureiras, vendedoras, criadas e mulheres de trabalhadores, levantaram-se espontaneamente. Estas sans culottes femininas organizaram uma demonstração e marcharam para a prefeitura de Paris exigindo pão barato. Elas envergonharam os homens marchando sobre Versalhes e trazendo de volta o rei e a rainha sob uma virtual prisão domiciliar”.

Quando a Assembléia Nacional francesa debatia a redação do texto a ser aprovado da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, Olympe de Gouges entendeu que aquele que estava sendo discutido era muito machista e o que se continha naquela manifestação não abrangia os direitos que deveriam ser atribuídos também à mulher. Inconformada, ela redigiu uma Declaração e enviou à Assembléia Nacional, a fim de ser acrescida ao documento oficial. A sua proposta, lida perante a convenção, valeu-lhe grosserias: “Ela que vá antes tricotar calças para os nossos bravos revolucionários”, disseram.

Revoltada com o regime de terror implantado pelos revolucionários, Olympe atacou duramente Marat e Robespierre, que passaram a considerá-la "perigosa demais". Seu envolvimento com a política provocou antipatia e perseguição até no meio intelectual que a acolhera. Sua coragem é chamada de loucura e heresia. Mas Olympe de Gouges defende seu ideal até o sacrifício de sua vida. Ela morreu guilhotinada em Paris, no dia 3 de novembro de 1793. Nesse ano, as mulheres são proibidas de se associarem e seus clubes são extintos na França. No dia seguinte à sua execução, o jornalista de Le Moniteur, Chaumette, lhe dedica a seguinte homenagem:

"Lembrem-se de Olympe de Gouges, a primeira a instituir as associações de mulheres e que abandonou os cuidados do lar para se intrometer na República, de quem a cabeça rolou sob o ferro vingador das leis."


Fonte: www.fronteiradapaz.com.br

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

RESPEITÁVEL MINISTRA ELIANA CALMON!

28/09/2011 às 09h56min

Corregedora mantém críticas e diz que imagem do Judiciário é a pior possível

A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, afirmou nesta quarta-feira (28) à Folha que não recuará das declarações que fez sobre a magistratura brasileira.

"Eu não tenho que me desculpar. Estão dizendo que ofendi a magistratura, que ofendi todos os juízes do país. Eu não fiz isso de maneira nenhuma. Eu quero é proteger a magistratura dos bandidos infiltrados", disse.

"A quase totalidade dos 16 mil juízes do país é honesta, os bandidos são minoria. Uma coisa mínima, de 1%, mas que fazem um estrago absurdo no Judiciário", reiterou.

Segundo a ministra, todos precisam perceber que "a imagem do Judiciário é a pior possível, junto ao jurisdicionado" --público que recorre aos tribunais.

"Eu quero justamente mostrar que o próprio Judiciário entende e tenta corrigir seus problemas."

Sobre o julgamento de hoje do Supremo, que poderá limitar os poderes da corregedoria, ela disse que está muito triste.

"As portas estão se fechando. Parece haver um complô para que não se puna ninguém no Brasil."

Em recente entrevista, Calmon fez duros ataques a seus pares ao criticar a iniciativa de uma entidade de juízes de tentar reduzir, no STF (Supremo Tribunal Federal), o poder de investigação do CNJ.

"Acho que é o primeiro caminho para a impunidade da magistratura, que hoje está com gravíssimos problemas de infiltração de bandidos que estão escondidos atrás da toga", declarou em entrevista à APJ (Associação Paulista de Jornais).

Fonte: www.jornalfloripa.com.br

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Morre a queniana Wangari Maathai, primeira mulher africana a receber o Nobel da Paz


Morre a queniana Wangari Maathai, primeira mulher africana a receber o Nobel da Paz
Em 2004, a militante foi recompensada com o prêmio pelo trabalho do Movimento Greenbelt

A queniana Wangari Maathai, Prêmio Nobel da Paz em 2004 por seu compromisso com o meio ambiente, faleceu no domingo aos 71 anos vítima de um câncer, anunciou o movimento Greenbelt, fundado pela ativista.

"Com imensa tristeza, a família de Wangari Maathai anuncia seu falecimiento, ocorrido em 25 de setembro de 2011 depois de um longo e corajoso combate contra o câncer", anuncia o movimento em sua página na internet.

Em 2004, a militante foi recompensada com o Nobel pelo trabalho do Movimento Greenbelt (Cinturão Verde), fundado em 1977, e foi a primeira mulher africana a receber o prêmio.

Principal projeto de plantação de árvores na África, o movimento busca promover a biodiversidade e, ao mesmo tempo, criar empregos para as mulheres e realçar sua imagem.

Desde 1977, a organização plantou quase 40 milhões de árvores na África.

Maathai foi a primeira mulher a completar o doutorado na África central e oriental. Ela comandou a Cruz Vermelha queniana nos anos 70 e foi secretária Estado para o Meio Ambiente entre 2003 e 2005.

Em sua autobiografia publicada em 2006, com o título "Com a cabeça bem alta", contou como, em consequência das mudanças climáticas especialmente, o meio ambiente se degradou em sua região natal, o monte Quênia.

Além do país natal, Wangari Maathai ampliou o combate ecológico a toda África. Nos últimos anos, a militante se dedicou à proteção da selva da bacia do Congo na África central, segundo maior maciço florestal tropical do mundo.

No combate a favor do meio ambiente no Quênia, país pobre da África oriental, a militante enfrentou a corrupção e a repressão policial. Ela foi detida várias vezes.

Algumas declarações polêmicas sobre a Aids em 2003 — que ela retificou depois — provocaram dúvidas sobre ela, sobretudo por parte de Washington.

Maathai tinha três filhos — Waweru, Wanjira e Muta — e uma neta, Ruth Wangar.

AFP

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br

sábado, 24 de setembro de 2011

QUORUM DE FANTASMAS - ACORDA BRASIL!!


Seria ridículo se não fosse trágico. E tudo passaria em branco se não fosse a imprensa. Filmada pelo celular do jornalista Evandro Éboli, do jornal “O Globo”, uma sessão da mais prestigiada comissão da Câmara dos Deputados, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), tinha apenas dois parlamentares: um presidindo e o outro no plenário.

O terceiro vice-presidente da comissão, deputado César Colnago (PSDB – ES), anunciou: “Havendo número regimental, declaro aberta a reunião ordinária da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania”. Mas no plenário estava somente o deputado Luiz Couto, do PT – PB.

“Não havendo quem queira discutir, em votação. Os deputados que forem pela aprovação permaneçam como se encontram. Aprovado”, afirmou Colnago.

Em 3 minutos e 11 segundos, os dois deputados aprovaram 118 projetos sobre acordos internacionais, concessão de serviços de radiodifusão e a regulamentação da profissão de cabeleireiro.

No fim da sessão, o deputado César Conalgo brincou. “Depois dizem que a oposição não ajuda.”

Entre titulares e suplentes, a CCJ tem 122 deputados. É a comissão mais prestigiada da Câmara – decide se os projetos de lei obedecem a Constituição e as demais leis do país. Pela CCJ, passam todas as propostas sobre direitos humanos, garantias fundamentais e organização dos poderes.

César Colnago disse que 35 deputados assinaram a lista de presença e depois foram embora. “A sessão é válida porque ela tá dentro do script do regimento, mas com certeza isso não contribui para o debate e principalmente para as decisões, muitas vezes importantíssimas, que a CCJ toma”, afirmou Colnago.
A presidência da Câmara saiu nesta sexta-feira em defesa da sessão-fantasma que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) realizou na quinta-feira, aprovando simbolicamente 118 projetos em três minutos e com a presença de apenas um deputado, Luiz Couto (PT-PB), além do parlamentar que presidiu o trabalho, Cesar Colnago (PSDB-ES). A justificativa dada é que o regimento não proíbe que isso ocorra.
O presidente titular da CCJ, João Paulo Cunha (PT-SP), também referendou a prática, em entrevista à Rádio CBN. Ele afirmou que quando há acordo sobre as matérias a serem votadas é praxe a votação sem muitos parlamentares presentes. Segundo ele, era este o caso dos 118 projetos aprovados na última sessão da comissão.

Fonte: As informações são do G1 e O Globo.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Intervención "brutal" de la policía marroquí contra una manifestación pacífica causa decenas de heridos saharauis

Intervención "brutal" de la policía marroquí contra una manifestación pacífica causa decenas de heridos saharauis

Jue, 22/09/2011 - 11:57

El Aaiún (Sáhara Occidental ocupado), 22/09/2011 (SPS).- Una manifestación pacífica convocada por la Coordinadora de Gdeim Izik (familias de presos políticos y trabajadores de la empresa Fosbucraa), el martes 20 de septiembre, en la Avda. de Smara, El Aaiún, se saldó con decenas de heridos.

Según informaron fuentes en El Aaiún, capital ocupada del Sáhara Occidental, alrededor de las cinco de la tarde la policía actuó contra los ciudadanos saharauis que apenas habían comenzado su manifestación.

Estas fuentes aseguraron que la intervención policial, dirigida por el Pachá (autoridad civil), fue de tal magnitud que muchos de los heridos corrieron a refugiarse donde podían mientras otros eran detenidos y llevados a la comisaría. A medida que avanzaba la noche, fueron liberados.

Mohamed Rachid, ha sido uno de ellos. Con nacionalidad española (DNI 44921362 Q), este joven saharaui, conocido por su pacífica lucha contra la ocupación marroquí, fue "torturado" en la calle y en el interior del furgón en el que fue trasladado a la comisaría de El Aaiún por los conocidos como “los escuadrones de la muerte”.

Una vez allí, durante el interrogatorio continuaron las patadas, los golpes por todo su cuerpo, la paliza descomunal y los insultos. En el informe elaborado por la policía, el motivo de su detención era el de haber lanzado piedras contra la policía. Rachid lo niega, "es una acusación falsa como todas las que fabrica el estado marroquí contra el pueblo saharaui". A las nueve de la noche fue puesto en libertad.

Las mismas fuentes informaron sobre otras manifestaciones en el barrio de en el barrio Al Auda y el barrio Polco otros grupos de manifestantes fueron agredidos por la policía marroquí al poco de comenzar sus reivindicaciones pacíficas. Lalla Busola recibió golpes en la cabeza por los que perdió el conocimiento y tuvo que ser trasladada al hospital. (SPS)


Fonte: Sahara Press Service

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"LANCEIROS NEGROS" - Plantaram com Sangue a Semente da Paz...

Neste VINTE DE SETEMBRO... justo conhecer, reconhecer e homenagear os "LANCEIROS NEGROS" que com bravura e destemor compartilharam o ideal Farroupilha - IGUALDADE E LIBERDADE - destacando-se nas frentes de batalhas, obstinados pela realização do seu sonho de liberdade.

Leais e comprometidos com os ideais libertários, não desconfiavam que o “Acordo de Paz" selado seria escrito com o sangue dos GUERREIROS NEGROS.

Rompendo a blindagem histórica imposta, exsurge altiva, tenaz, imaculada e inquestionável, a figura do Afro-descendente na formação da cultura, tradição, personalidade e sangue do homem Pampeano.

NOSSO RECONHECIMENTO, RESPEITO E ADMIRAÇÃO.





Fonte vídeo: http://youtu.be/tZcsKCLdR0I

domingo, 28 de agosto de 2011

COMÉRCIO DE ARMAS, CONSELHO DE INSEGURANÇA DA ONU E BESTIALIDADE HUMANA

Os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, EUA, Rússia, Reino Unido, França e China, detentores do poder de veto, por intervenção direta ou apoio à regimes totalitários, estiveram ou estão por trás das graves violações de direitos humanos ocorridas após a segunda guerra mundial.

Fundadores e signatários da Declaração Universal de Direitos Humanos, 1948, as "grandes potências" utilizam a fabulosa estrutura da ONU para legitimar as atrocidades praticadas em nome dos negócios, e garantir a impunidade dos países travestidos de guardiões da paz.

Não por coincidência, os cinco países elencados lideram o ranking dos maiores fabricantes de armas e máquinas de guerra do mundo, assim:

EUA: 30% do mercado;
Rússia: 23%
Alemanha: 11%
França: 8%
Reino Unido: 4%
China: Só o Dragão sabe.

Postulante e forte candidata à cadeira number six (nº6) (seriam seis milhões?) neste seleto clube dos horrores chamado de "conselho de segurança", a Alemanha, depois de patrocinar um dos maiores banhos de sangue que a humanidade experimentou, figura como terceiro maior fabricante de armas do mundo. Deverá ter cadeira cativa, pois não consegue viver longe do cenário macabro. Seu povo, depois da guerra, disse que não sabia ou que não apoiava o fascínora. Agora, novamente, assistem passivamente seu governo investir na produção em massa de armamento causador de morte, destruição e desgraça em terras alheias.

Os senhores da guerra, titulares do clube, apresentam milhões de mortos em seu maquiavélico curriculo: Argélia, Camboja, Vietnam, Coréia, Hungria,Tchecoslovaquia, Chechênia, Sabra e Chatila, Ruanda, Timor Leste, Afeganistão, kosovo, Iraque, Libano, Palestina, Operação Condor - Brasil, Chile, Paraguai, Bolivia, Argentina e Uruguai - Guantánamo, e por aí vai...+ + + + + +

A causa dos Saharauis (1975-2011), o povo que o mundo esqueceu, está inserida neste contexto, onde as "grandes potências", por ação ou por omissão, decidem a sorte de um povo explorando as suas riquezas naturais, mantendo-os segregados em cárcere privado na própria terra, oprimindo-os através da mão de ferro do genocida Mohamed VI, reizinho do Marrocos, calando e cegando a imprensa "livre" internacional, que não vê um muro com 2.700 kilometros e cala criminosamente sobre o genocídio deste povo.

Condenados inexoravelmente à extinção lenta, gradual e segura sob a tutela da ONU, o bravo e heróico povo Saharaui luta diuturnamente pelos direitos de primeira geração -vida, liberdade e propriedade - aguardando o REFERENDUM (MINURSO/1992) marcado para não se realizar, diante da criminosa omissão e cumplicidade dos povos ditos desenvolvidos.


A conduta da ONU, criada para mediar conflitos e promover a PAZ, na verdade esconde e camufla a organização criminosa que decide quem vai morrer, quem vai viver e como no mundo atual. Enquanto isso, a indústria da morte, principal negócio dos sócios remidos, cresce e se fortalece nos países com discurso pacifista e práticas genocidas.



Meu país, o Brasil, ex-colônia de Portugal, recém saído de uma ditadura feroz, mantém vergonhosa postura de neutralidade em relação à causa Saharaui.

Surpreende o comportamento do atual governo - o Partido dos Trabalhadores assumiu compromisso expresso com a auto-determinação e independência da nação Saharaui - comandado por pessoas que lutaram pela liberdade e sobreviveram à tortura, sequestros, desaparecimentos forçados e assassinatos, praticados, não por quem pensava diferente, mas sim, por assassinos treinados nos EUA, e que agora, covardemente, se escondem atrás da Lei da Anistia para eternizar e garantir a impunidade.

A positivação dos direitos humanos verificada ao longo da história, com a conquista dos direitos de primeira, segunda e terceira geração, já falam em quarta geração, enfrenta terrível retrocesso, patrocinado justamente pelos povos responsáveis por lutas históricas que formataram leis em defesa dos direitos humanos.


Desafio os intelectuais à interromperem os estéreis estudos sobre os direitos de 4ª e 5ª geração, e direcionarem seu olhar para a realidade Saharaui que, em pleno século XXI, não consegue ultrapassar a primeira fase, sufocados pelos países que escrevem mas não cumprem as leis.



Prezados, abram a porta da história, pisem na areia quentíssima do deserto, sintam a escassez da água e do alimento, acampem em barracas na noite gelada, pulem sobre as minas terrestres fabricadas em seus próprios países, façam caminhada ao longo do muro invisível, são só 2.700 Km de extensão, desafiem a sanguinária polícia marroquina, visitem a histórica prisão chamada Cárcere Negra, superem as doenças, protejam as crianças, defendam as mulheres, esperem a chuva, sonhem com a liberdade, lutem pela vida... Aí sim, os senhores estarão realmente capacitados e preparados para pensar sobre a positivação dos direitos humanos.


Desta forma, a bestialidade humana sobrevive em estado latente na sociedade, alimenta-se da hipocrisia, renova-se periodicamente e retorna com novas e dissimuladas técnicas para extermínio do ser humano, sendo que, a LEI é a mais sofisticada e letal.

E você, até quando vai achar que esta situação não tem nada à ver contigo?


Segue pequeno grande poema para reflexão:

"No caminho, com MAIAKOVSKI

Tu sabes,

conheces melhor do que eu

a velha história.

Na primeira noite eles se aproximam

e roubam uma flor

do nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem:

pisam as flores,

matam nosso cão,

e não dizemos nada.

Até que um dia,

o mais frágil deles

entra sozinho e nossa casa,

rouba-nos a luz e,

conhecendo nosso medo,

arranca-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.


Nos dias que correm

a ninguém é dado

repousar a cabeça

alheia ao terror.

Os humildes baixam a cerviz:

e nós, que não temos pacto algum

com os senhores do mundo,

por temor nos calamos.

No silêncio de meu quarto

a ousadia me afogueia as faces

e eu fantasio um levante;

mas amanhã,

diante do juiz,

talvez meus lábios

calem a verdade

como um foco de germes

capaz de me destruir."


Fragmentos do poema - NO caminho, com MAIAKÓVSKI - escrito por EDUARDO ALVES DA COSTA, em 1985.

Dados sobre armamentos - Fonte: www.sipri.org