República Árabe Saharaui Democrática


O POVO QUE O MUNDO ESQUECEU


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Bem-vindos ao blog phoenixsaharaui.blogspot.com.br


A criação deste espaço democrático visa: divulgar a causa Saharaui, buscar o reconhecimento pelo Brasil da República Árabe Saharaui Democrática e pressionar a União Européia, especialmente a Espanha, a França e Portugal, mais os EUA, países diretamente beneficiados pela espoliação dos recursos naturais do povo Saharaui, para retirarem o apoio criminoso aos interesses de Mohammed VI, Rei do Marrocos, e com isto permitir que a ONU prossiga no já tardio processo de descolonização da Pátria Saharaui, última colônia na África.


Membro fundador da União Africana, a RASD é reconhecida por mais de 82 nações, sendo 27 latino-americanas.


Nas páginas que seguem, você encontrará notícias do front, artigos de opinião, relato de fatos históricos, biografias de homens do porte de Rosseau, Thoreau, Tolstoy, Emersom, Stuart Mill e outros que tiveram suas obras imortalizadas - enxergaram muito além do seu tempo - principalmente em defesa da Liberdade.


"Liberté, Égalité, Fraternité", a frase que embalou tantos sonhos em busca da Liberdade, é letra morta na terra mãe.


A valente e obstinada resistência do povo Saharaui, com certeza encontraria em Jean Molin - Herói da resistência francesa - um soldado pronto para lutar contra a opressão e, em busca da Liberdade, morrer por sua Pátria.


A Literatura, a Música, a Pintura e o Teatro Saharaui estarão presentes diariamente nestas páginas, pois retratam fielmente o dia-a-dia deste povo, que a despeito de todas as adversidades, em meio a luta, manteve vivas suas tradições.


Diante do exposto, rogamos que o nosso presidente se afaste da posição de neutralidade, mas que na verdade favorece os interesses das grandes potências, e, em respeito a autodeterminação dos povos estampada como preceito constitucional, reconheça, ainda em seu governo, a República Árabe Saharaui Democrática - RASD.


Este que vos fala não tem nenhum compromisso com o erro.


Se você constatar alguma imprecisão de datas, locais, fatos, nomes ou grafia, gentileza comunicar para imediata correção.


Contamos com você!


Marco Erlandi Orsi Sanches


Porto Alegre, Rio Grande do Sul/Brasil

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

DA GUERRA COLONIAL AO TERRORISMO DE ESTADO

Da guerra colonial ao terrorismo de Estado


The war on terrorism colonial state

La guerre contre le terrorisme colonial état

Война с терроризмом колониального государства

对恐怖主义的战争殖民状态

La guerra contra el terrorismo estatal colonial

Cuộc chiến chống khủng bố thuộc địa nhà nước


Os 55 dias da batalha de Dien Bien Phu, que determinaram a derrota do Exército francês pelos vietnamitas, abriram caminho para a descolonização da África, mas também para a “guerra suja” no Cone Sul.

Maurice Lemoine - Le Monde

 

Em 53, Dien Bien Phu estava cercado por seis batalhões franceses. Em maio de 1954, as tropas vietminh haviam feito prisioneiros os sobreviventes das tropas de retaguarda.


A resistência vietminh1 na Indochina começava seu oitavo ano. Em 20 de novembro de 1953, Dien Bien Phu estava cercado por seis batalhões de pára-quedistas franceses (nome de código: Operação Castor). Em 7 de maio de 1954, as tropas vietminh haviam feito prisioneiros os sobreviventes das tropas de retaguarda. Muita coisa foi relatada sobre esses 55 dias e 55 noites de pavor, heróicos (militarmente falando) de ambos os lados, mas descrevendo essencialmente os acontecimentos a partir do campo francês2.

Finalmente, nos é dado conhecer o ponto de vista vietnamita com a obra do general Vo Nguyen Giap, comandante-em-chefe do exército popular do Vietnã durante 30 anos e um dos principais atores da batalha. Meio século depois, ele faz um relatório preciso e detalhado, acrescido de seus próprios julgamentos e reflexões3.

O vietminh escolheu então o Noroeste para sua próxima ofensiva. “As autoridades francesas tinham perdido todas as esperanças de ganhar a guerra”, escreve Giap. “Mas continuavam convencidas de que tinham o tempo necessário para reunir as condições que permitiriam pôr fim às hostilidades com vantagem para elas”.

Embora os franceses contassem então com o apoio dos norte-americanos (a ajuda de Washington já cobria 73% das despesas), não tencionavam ceder-lhes o lugar na Indochina. Com essa finalidade, o corpo expedicionário devia obter um sucesso militar decisivo.

 

Maior feito de um povo oprimido

 

Nessa guerra ignorada ou amaldiçoada pela população francesa “os brancos usam os negros para proteger os amarelos contra os vermelhos”

O Estado-Maior francês descobriu os preparativos das forças populares no Noroeste. O general Henry Navarre decidiu cortar-lhes o caminho e derrotá-los na bacia de Dien Bien Phu, vasto celeiro de arroz situado a 300 quilômetros de Hanói, centro comercial que permitia as ligações entre a região média do golfo de Tonquim, o Laos, a Tailândia, a Birmânia e a China.

A continuação é narrada por Giap: “Se conseguíssemos encaminhar sem transtorno armas, munição e os soldados da artilharia, já poderíamos considerar 60% da operação como bem sucedida”. Isso foi feito. O general dirigiu aos futuros combatentes a seguinte mensagem: “Vocês devem consertar as estradas, superar todos os obstáculos, vencer todas as dificuldades, combater sem nunca esmorecer, vencer o frio e a fome, transportar cargas pesadas através das montanhas e dos vales, e avançar até o campo do inimigo para aniquilá-lo e libertar nossos compatriotas...”


Sem nunca perder de vista o contexto geopolítico – segundo fontes vietnamitas e ocidentais – Giap descreve Ho Chi Minh “com um cigarro entre dois dedos4”, menciona a bandeira vermelha com a estrela de ouro, as tropas regulares regionais e as milícias da guerrilha, as intermináveis fileiras de soldados e jovens voluntários, os conselheiros chineses, o transporte de peças de duas toneladas em descidas abruptas de 30 a 40 graus e sob a ameaça da artilharia, o dilúvio de fogo que se abateu sobre a zona militar defendida por 12 mil homens perfeitamente equipados. Depois, a vitória, o maior feito já realizado por um povo oprimido.

“O que fizemos o inimigo padecer excedia a capacidade de resistência de homens que não sabiam para quem e por que razão combatiam.”

 

Sangue e lágrimas

 

A derrota de Dien Bien Phu e o cativeiro nos “campos de reeducação iriam marcar terrivelmente as mentes, sobretudo entre os mais graduados das tropas de elite”

Cinqüenta anos mais tarde, a pergunta continua. Como se chegou a essa palavra cheia de sangue e de lágrimas: Dien Bien Phu? É a isso que se esforça em responder Paul Boury, ex-oficial na Indochina e sobrevivente da batalha5.

Voltando a essa guerra ignorada ou amaldiçoada pela população francesa6 na qual “os brancos usam os negros para proteger os amarelos contra os vermelhos” (referência às origens étnicas e culturais extremamente variadas das tropas da União Francesa), ele explicita seu contexto e sua estratégia. Inicialmente, a das tropas de retaguarda, atribuída ao general Raoul Salan.

Essa teoria partia do princípio de que era conveniente atrair uma parte do corpo de batalha vietminh para uma posição na qual se apresentavam fragilidades tais que ele atacaria, mas na qual se seria forte o suficiente para, com a artilharia e a aviação, desferir ataques decisivos. No caso, o inimigo revelou um poderio superior ao que se havia avaliado.

Três objetivos foram determinados à retaguarda, lembra Boury: barrar o caminho do Laos (que assinara um tratado de defesa com a França); constituir um ponto de referência para as guerrilhas anticomunistas; e servir de ponto de partida contra as linhas de comunicação vietminh. Para a execução desse projeto, o general Navarre pediu mais efetivos e recursos.

O governo recusou concedê-los. Além disso, a decisão do comandante-em-chefe provocara reticências, por razões técnicas e táticas, de certos membros do Estado-Maior das Forças terrestres do Vietnã do Norte: “Neste país, não se barra uma direção. É uma noção européia sem valor aqui.

O Viet passa por qualquer lugar”. Prisioneiro da missão ambígua que lhe foi dada pelo governo, Navarre persiste e assume, lança suas tropas num combate em pouco tempo desesperado “que lhe pedirão que prossiga, com a desculpa da honra, contando com um socorro do exterior ou com um último recurso à diplomacia”.

 

Os “soldados perdidos”

 

Diante de um inimigo impossível de ser identificado, por estar disseminado entre a população, surge o conceito de “inimigo interno”

No contexto da Guerra Fria, o conflito na Indochina é considerado como um confronto entre forças comunistas e o “mundo livre”. Efetivamente, em Washington, observa Paul Boury, o Estado-Maior inter-exércitos, presidido pelo almirante Arthur Radford, visava a uma intervenção aérea com cerca de sessenta bombardeiros pesados B-29 (aviões de carga, pilotados por militares norte-americanos em civil, já desempenhavam um papel essencial no abastecimento em víveres e munição para o Grupamento Operacional do Noroeste- Gono).

“Sem que isso fosse explicitado de uma forma clara, a operação poderia consistir no lançamento de uma bomba atômica” (com o risco de destruir a guarnição ao mesmo tempo que os “Viets”!). O projeto fracassou. Para Washington, um apoio desse tipo ao esforço francês passava pela elaboração de uma coalizão ad hoc. “A situação não lhes permitia tomar parte no conflito diretamente”, lembra o general Giap.

“Se este se internacionalizasse, não lhes seria fácil levar junto seus aliados, já cansados devido à guerra da Coréia”. Por outro lado, os ingleses ocupavam Hong Kong e não queriam perder a oportunidade de melhorar suas relações com a China Popular.

Finalmente, os norte-americanos queriam aproveitar a derrocada do colonialismo francês para transformar os países indochineses em nações satélites. É essa a importância de Dien Bien Phu. Jean-Paul Sartre diria, pouco depois, em Les Temps Modernes de maio de 1954: “O heroísmo dos combatentes condena a política que o impôs.”

A derrota de Dien Bien Phu e o cativeiro nos “campos de reeducação7”, analisa o autor, “iriam marcar terrivelmente as mentes, sobretudo entre os mais graduados das tropas de elite (oficiais e suboficiais) que receberam diretamente o choque”. Retornando dos campos vietminh “com um duplo sentimento de injustiça e humilhação, sentiram-se cortados da Nação e absolutamente incompreendidos.

Os que se tornariam ‘soldados perdidos’ (mercenários), foram naturalmente levados a se referirem a uma ética específica, a construírem uma escala de valores que não mais correspondia, a não ser muito aproximativamente, àquela que era muito geralmente partilhada”.

 

O conceito de “inimigo interno”

 

Sem que se saiba, as imagens da batalha de Argel, em 1957, assemelham-se àquelas que serão vistas, na década de 70, na Argentina e no Chile

O fim dessa guerra (francesa) 8 inaugurou a era das independências obtidas pacificamente ou com luta, como na Argélia. Lançados nessa nova batalha, os oficiais “doentes da Indochina” (muitos vindos das fileiras da resistência ao nazismo) analisaram a técnica de guerrilha desenvolvida pelo vietminh.

Ela é apenas a face emergente de um programa político que se baseia no “controle ideológico das populações”, que se tornara a verdadeira questão da guerra, através de um sistema de “enquadramento das massas”.

Desde 1952, o coronel Charles Lacheroy, considerado um dos principais pensadores militares franceses da segunda metade do século XX, usa a expressão “guerra revolucionária”, que vai se tornar a marca registrada da “doutrina francesa”.

Numa sólida investigação, Marie-Monique Robin traça a história desta última e de seu desenvolvimento, pouco conhecido, na... América Latina9. Através dos nomes, familiares ou não – Roger Trinquier, Pierre Château-Jobert, Marcel Bigeard, Charles Massu, Paul Aussaresses –, ela conta como muitos oficiais passaram, sem (ou com) consciência, da resistência à “guerra suja”.

“Pois se o exército”, observa, “se empenha em tirar lições da guerra da Indochina, não é para se questionarem as raízes sociais ou econômicas dos movimentos nacionais nos países subdesenvolvidos ou a inevitabilidade da descolonização”.

Do ponto de vista desses militares, o conflito ultrapassa o âmbito colonial francês para inserir-se no confronto latente que opõe, por intermédio dos países, o Kremlin e o “mundo livre”.

Num caso tão perigoso quanto a guerra”, diria posteriormente o coronel Trinquier, “os erros causados pela generosidade são (...) a pior coisa. Como o uso da força física não exclui de forma alguma a cooperação da inteligência, aquele que a usa sem piedade e não recua diante de nenhum derramamento de sangue terá vantagem sobre seu adversário (...)10.

Diante de um inimigo impossível de ser identificado, por estar disseminado entre a população, surge o conceito de “inimigo interno”. A partir de então, um lugar preponderante é concedido tanto à “informação política” quanto à “ação policial”. E, na Argélia, quem dizia informação diria rapidamente patrulhamento urbano, interrogatórios e, finalmente, tortura.

Com o apoio implícito das autoridades políticas, incapazes de assumir suas responsabilidades, “esses exageros sistemáticos são a expressão de uma ‘revolução na arte da guerra’, considerada como resposta à ‘guerra total’ conduzida pelos rebeldes por meio de uma política de terror cujo ponto principal é a união das populações”.

 

De Argel à Argentina

 

É na Argentina – é preciso dizer que já estava predisposta – que o enxerto francês vai introduzir mais rapidamente o conceito de “inimigo interno”

Sem que se saiba, as imagens da batalha de Argel, em 1957, assemelham-se – a ponto de provocarem confusão – àquelas que serão vistas, na década de 70, na Argentina e no Chile.

É que a doutrina francesa assumiu uma dimensão transnacional, atraindo a atenção dos Estados-Maiores ocidentais. A partir de 1957, relata Marie-Monique Robin, alunos estrangeiros, dentre os quais numerosos latino-americanos, freqüentaram a Escola Superior de Guerra de Paris.

Em plena batalha de Argel, dois especialistas franceses chegaram a Buenos Aires, prelúdio de um acordo secreto assinado, em fevereiro de 1960, prevendo a criação de uma missão de assessores militares franceses na Argentina.

Nesse mesmo ano, uma “missão móvel” de oficiais franceses realizou uma turnê sul-americana, enquanto La guerre moderne11, do tenente-coronel Trinquier, “se tornou a Bíblia de todos os especialistas, da Argentina ao Chile, passando pelos Estados Unidos”.

Em 1961, um pouco antes do putsch de Argel, o comandante Aussaresses foi instrutor em Fort Bragg, nos Estados Unidos. Como adido militar, daria, posteriormente, cursos no Brasil, em 1973.




É na Argentina – é preciso dizer que já estava predisposta – que o enxerto francês vai introduzir mais rapidamente o conceito de “inimigo interno”. Segundo Robin, ele pôde contar, nesse país, com o apoio de colaboradores e de franceses pró-Vichy que escaparam da justiça com a cumplicidade do Vaticano, de organizações como La Cité catholique, no interior da qual se destaca o “monge-soldado” Georges Grasset, ex-guia espiritual da Organização do Exército Secreto (OAS).

A gangrena iria se estender ao Chile e depois, através da Operação Condor12, à totalidade do Cone Sul, acrescentando-se à “doutrina de segurança nacional” professada pelos Estados Unidos.

Dessa forma, os franceses participaram, na América Latina, da implantação de uma matriz, a do terrorismo de Estado.

(Trad.: Regina Salgado Campos)

1 - Organização política (Liga para a Independência do Vietnã) formada em 1941 por nacionalistas que apoiaram, até 1951, o movimento comunista da Indochina.

2 - Ler, entre outros, de Jules Roy, La bataille de Dien Bien Phu, ed. Julliard, Paris, 1963, e, de Bernard Fall, Diên Biên Phu, un coin d’enfer, ed. Robert Laffont, Paris, 1968. Mais recentemente, de Guy Leonetti (org.), Lettres de Diên Biên Phu, ed. Fayard, Paris, 2004.

3 - Mémoires 1946-1954. Diên Biên Phu. Le rendez-vous de l’histoire, general Vo Nguyen Giap, ed. Anako, Fontenay-sous-Bois, 2004, 346 pp., 19 euros.

4 - Ler também, de Pierre Bricheux, Hô Chi Minh, Biographie, ed. Payot, Paris, 2003.

5 - Paul Boury, Dien Bien Phu. Pourquoi? Comment? Et après? Editions Clea, Dijon, 2004.

6 - Segundo uma pesquisa IFOP realizada em fevereiro de 1954, 80 % dos franceses consideravam conveniente, com ou sem negociações, pôr um fim ao conflito.

7 - Dos combatentes de Dien Bien Phu, 11.048 foram feitos prisioneiros, dentre os quais 7.708 morreram no cativeiro (duas vezes mais do que durante os combates).

8 - Sobre a guerra do Vietnã norte-americana, ler, de Christopher Goscha et Maurice Vaïsse (org.), La guerre du Vietnam et l’Europe, 1963-1973, ed. Bruylant/LGDJ, Bruxelas-Paris, 2003.

9 - Ler, de Marie-Monique Robin, Escadrons de la mort, l’école française, ed. La Découverte, Paris, 2004.

10 - Ler, de Roger Trinquier, Guerre, subversion, révolution, ed. Robert Laffont, Paris, 1968.

11 - Ler, de Roger Trinquier, La guerre moderne, ed. La Table Ronde, Paris, 1961.

12 - Quanto à operação Condor, ler de Pierre Abramovici, “Opération Condor, cauchemar de l’Amérique latine”, Le Monde diplomatique, setembro de 2001.

Fonte: http://diplo.org.br

domingo, 23 de setembro de 2012

OPERAÇÃO COM DOR, lei da anistia, OMISSÃO...



LEI Nº 6.683 - DE 28 DE AGOSTO DE 1979 - DOU DE 28/8/79 – Lei da Anistia

Concede anistia e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o congresso nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:



Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares (vetado).

§ 1º Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política.

§ 2º Excetuam-se dos benefícios da anistia os que foram condenados pela prática de crimes de terrorismo, assalto, seqüestro e atentado pessoal.

§ 3º Terá direito à reversão ao Serviço Público a esposa do militar demitido por Ato Institucional, que foi obrigada a pedir exoneração do respectivo cargo, para poder habilitar-se ao montepio militar, obedecidas as exigências do art. 3º.


Art. 2º Os servidores civis e militares demitidos, postos em disponibilidade, aposentados, transferidos para a reserva ou reformadas, poderão, nos cento e vinte dias seguintes à publicação desta lei, requerer o seu retorno ou reversão ao serviço ativo:

I - se servidor civil ou militar, ao respectivo Ministro do Estado;

II - se servidor civis da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembléia Legislativa e da Câmara Municipal, aos respectivos Presidentes;

III - se servidor do Poder Judiciário, ao Presidente do respectivo Tribunal;

IV - se servidor de Estado, do Distrito Federal, de Território ou de Município, ao Governo ou Prefeito.

Parágrafo único. A decisão, nos requerimentos de ex-integrantes das Políticas Militares ou dos Corpos de Bombeiro, será precedida de parecer de comissões presididas pelos respectivos comandantes.


Art. 3º O retorno ou a reversão ao serviço ativo somente deferido para o mesmo cargo ou emprego, posto ou graduação que o servidor, civil ou militar, ocupava na data de seu afastamento, condicionado, necessariamente, à existência de vaga e ao interesse da Administração.

§ 1º Os requerimentos serão processados e instituídos por comissões especialmente designadas pela autoridade a qual caiba a apreciá-los.

§ 2º O despacho decisório será proferido nos centos e oitenta dias seguintes ao recebimento do pedido.

§ 3º No caso de deferimento, o servidor civil será incluído em Quadro Suplementar e o Militar de acordo com o que estabelecer o Decreto a que se refere o art. 13 desta Lei.

§ 4º O retorno e a reversão ao serviço ativo não serão permitidos se o afastamento tiver sido motivado por improbabilidade do servidor.

§ 5º Se o destinatário da anistia houver falecido, fica garantido aos seus dependentes o direito às vantagens que lhe seriam devidas se estivesse vivo na data da entrada em vigor da presente lei.


Art. 4º Os servidores que, no prazo fixado no art. 2º, não requerem o retorno ou a reversão à atividades ou tiverem seu pedido indeferido, serão considerados aposentados, transferidos para a reserva ou reformados, contando-se o tempo de afastamento do serviço ativo para efeito de cálculo de proventos da inatividade ou da pensão.


Art. 5º Nos casos em que a aplicação do artigo cedida, a título de pensão, pela família do servidor, será garantido a este o pagamento da diferença respectiva como vantagem individual.


Art. 6º O cônjuge, qualquer parente, ou afim, na linha reta, ou na colateral, ou o Ministro Público, poderá requerer a declaração de ausência de pessoa que, envolvida em atividades políticas, esteja, até a data de vigência desta Lei, desaparecida do seu domicílio, sem que dela haja notícias por mais de 1 (um) ano

§ 1º Na petição, o requerente, exibindo a prova de sua legitimidade, oferecerá rol de, no mínimo, 3 (três) testemunhas e os documentos relativos ao desaparecimento, se existentes.

§ 2º O juiz designará audiência, que, na presença do órgão do Ministério Público, será realizada nos 10 (dez) dias seguintes ao da apresentação do requerente e proferirá, tanto que concluída a instrução, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, sentença, da qual, se concessiva do pedido, não caberá recurso.

§ 3º Se os documentos apresentados pelo requerente constituirem prova suficiente do desaparecimento, o juiz, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, proferirá, no prazo de 5 (cinco) dias e independentemente de audiência, sentença, da qual, se concessiva, não caberá recurso.

§ 4º Depois de averbada no registro civil, a sentença que declarar a ausência gera a presunção de morte do desaparecido, para os fins de dissolução do casamento e de abertura de sucessão definitiva.


Art. 7º A conhecida anistia aos empregados das empresas privadas que, por motivo de participação em grave ou em quaisquer movimentos reivindicatórios ou de reclamação de direitos regidos pela legislação social, haja sido despedidos do trabalho, ou destituídos de cargos administrativos ou de representação sindical.


Art. 8º Os anistiados, em relação as infrações e penalidades decorrentes do não cumprimento das obrigações do serviço militar, os que à época do recrutamento, se encontravam, por motivos políticos, exilados ou impossibilitados de se apresentarem.

Parágrafo único. O disposto nesse artigo aplica-se aos dependentes do anistiado.


Art. 9º Terão os benefícios da anistia os dirigentes e representantes sindicais punidos pelos Atos a que se refere o art. 1º, ou que tenham sofrido punições disciplinares incorrido em faltas ao serviço naquele período, desde que não excedentes de 30 (trinta) dias, bem como os estudantes.


Art. 10. Os servidores civis e militares reaproveitados, nos termos do art. 2º, será contado o tempo de afastamento do serviço ativo, respeitado o disposto no art. 11.


Art. 11. Esta Lei, além dos direitos nela expressos, não gera quaisquer outros, inclusive aqueles relativos a vencimentos, saldos, salários, proventos, restituições, atrasados, indenizações, promoções ou ressarcimentos.


Art. 12. Os anistiados que se inscreveram em partido político legalmente constituído poderão voltar e ser votados nas convenções partidárias a se realizarem no prazo de 1(um) ano a partir da vigência desta Lei.


Art. 13. O Poder Executivo, dentro de 30 (trinta) dias, baixará decreto regulamentando esta Lei.


Art. 14. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.


Art. 15. Revogam-se as disposições em contrário.


Brasília, em 28 de agosto de 1979; 158º da Independência e 91º da República.


JOÃO B. DE FIGUEIREDO
Petrônio Portela
Maximiano Fonseca
Walter Pires
R.S. Guerreiro
Karlos Rischbieter
Eliseu Resende
Ângelo Amaury Stábile
E. Portela
Murillo Macedo
Délio Jardim de Mattos
Mário Augusto de Castro Lima
João Camilo Penna
César Cals Filho
Mário David Andreazza
H. C. Matos
Jair Soares
Danilo Venturini
Golbery do Couto e Silva
Octávio Aguiar de Medeiros
Samuel Augusto Alves Corrêa
Delfim Netto
Said Farhat
Hélio Beltrão

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"LANCEIROS NEGROS" - Plantaram com Sangue a Semente da Paz...

Neste VINTE DE SETEMBRO... justo conhecer, reconhecer e homenagear os "LANCEIROS NEGROS" que com bravura e destemor compartilharam o ideal Farroupilha - IGUALDADE E LIBERDADE - destacando-se nas frentes de batalhas, obstinados pela realização do seu sonho de liberdade.

Leais e comprometidos com os ideais libertários, não desconfiavam que o “Acordo de Paz" selado seria escrito com o sangue dos GUERREIROS NEGROS.

Rompendo a blindagem histórica imposta, exsurge altiva, tenaz, imaculada e inquestionável, a figura do Afro-descendente na formação da cultura, tradição, personalidade e sangue do homem Pampeano.

NOSSO RECONHECIMENTO, RESPEITO E ADMIRAÇÃO.





Fonte vídeo: http://youtu.be/tZcsKCLdR0I

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Bardem y Álvaro Longoria creen que el problema de Sahara es una patata caliente

Bardem y Álvaro Longoria creen que el problema de Sahara es una patata caliente

Javier Bardem, que hoy presentó en el Festival Internacional de Cine de Toronto (TIFF) "Hijos de las nubes", un documental sobre los refugiados saharauis que ha producido, dijo a Efe que el problema del Sahara Occidental "es una patata caliente" al que nadie quiere prestar atención.

Toronto (Canadá), EFE 14 de septiembre de 2012

Bardem, junto con el director del largometraje, Álvaro Longoria, presentaron el documental en el que la cámara sigue al actor español en los campos de refugiados saharauis en el corazón del desierto, así como en los pasillos de las Naciones Unidas para intentar desempolvar la cuestión del Sahara Occidental.
Durante una entrevista con Efe en Toronto, Javier Bardem y Álvaro Longoria dijeron que uno de los objetivos del filme es dar a conocer la problemática saharaui en el resto del mundo, donde es prácticamente desconocida.
"La reacción de la gente que la está viendo fuera de España es buena. La mayoría de la gente no sabe de este asunto, de este conflicto, y lo reciben con cierta sorpresa y también con preguntas como por qué es así está situación, desde cuándo y qué se puede hacer al respecto" dijo Bardem.
El actor español, que lleva años involucrado con la causa saharaui, dijo que lo que ha aprendido al hacer el documental es que "nadie quiere hablar del tema, que es una patata caliente para muchos".
"Curiosamente cuando se habla de ello en una forma más privada, sin la cámara apuntando, la mayoría de la gente responsable de alguna forma de que la situación siga así, son conscientes de que lo están haciendo mal", dijo Bardem.
"Embajadores de Estados Unidos o de Francia, evidentemente saben que tienen que hacer algo sobre ello y tienen que hacerlo rápido para evitar lo que está sucediendo en el norte de África", añadió en referencia a las revueltas populares en los países árabes.
Por otra parte, Longoria dijo que la cuestión del Sahara sufre de la llamada "realpolitik", en el que determinados gobernantes asumen que ellos conocen la situación mejor que todos los demás, y que es un error.
"A largo plazo creo que es un error y creo que es un poco el punto de la película, como se ha demostrado en las revoluciones árabes, que ésta 'realpolitik' acaba explotando en nuestras manos", señaló.
Longoria insiste en que la inacción de países como Estados Unidos, Francia o España para dar una solución real a la cuestión saharaui es algo peligroso.
"Al final, las revoluciones árabes, lo que ha pasado es que se han ido de control. Cuando dejas una situación de desequilibrio por tanto tiempo y permites que explote, luego no la puedes controlar. Los últimos días hemos visto como está totalmente fuera de control" dijo el productor y director español.
"En el caso del Sahara se podría gestionar mejor para evitar precisamente esa explosión. Estamos hablando de respetar esos dos principios básicos sobre los cuales nuestros países se han fundado: el respeto a los derechos humanos y la democracia" añadió.
Bardem cree que parte de la razón por la que el conflicto saharaui es un conflicto invisible es "en primer lugar porque no ha habido sangre, lo cual es muy triste".
"Y esperemos que no la siga habiendo. El pueblo saharaui es un pueblo afianzado en una forma pacifista de intentar llegar a una solución, tiene una paciencia inquebrantable, y están llegando las nuevas generaciones que está naciendo en los campos de refugiados a plantearse si merece la penar seguir siendo así" dijo.
"El hecho de que se hable poco de esta situación fuera tiene que ver también con como Marruecos ha hecho muy bien su trabajo. Tiene dos grandísimos aliados, Francia y EE.UU. que hacen el trabajo de acallar e intentar que no se hable mucho de este asunto por lo incómodo que es" añadió.
Bardem, para quien este es el segundo documental que produce, terminó diciendo: "tendríamos que estar haciendo documentales todos los días de tantos temas tan duros que hay afuera y aquí dentro. Uno hace lo que puede y cuando puede. No es tanto lo que le aporta a uno sino lo que uno puede aportar".

Fonte: www.que.es

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Bofetadas a Marruecos de la ONU y de Centro Kennedy por violaciones a los derechos humanos

Viernes 07 de septiembre 2012

Bofetadas a Marruecos de la ONU y de Centro Kennedy por violaciones a los derechos humanos

Fuente: Ricardo Sánchez-Serra *

Bofetadas a Marruecos de la ONU y de Centro Kennedy por violaciones a los derechos humanos
Foto: Difusión
Marruecos es un Estado paria por su invasión al territorio saharaui y que asimismo está fuera de la legalidad internacional por su sistemática violación a los derechos humanos y su uso cotidiano de la tortura a la población indefensa saharaui.

Sin embargo, su gobernante, el rey feudal Mohamed VI se siente intocable por el apoyo ciego de Francia –que incluso veta en el Consejo de Seguridad de la ONU cualquier resolución condenatoria-, de Estados Unidos –cada vez menor- y de la irresponsable España, potencia administradora (reconocida por la ONU)- en deuda con el pueblo saharaui por haberlo abandonado. Todos estos países comparten responsabilidad en la tragedia saharaui.

El Secretario General de la ONU, Ban Ki-moon, acaba de tirar un portazo a la arrogancia marroquí al ratificar al embajador Christopher Ross como su enviado especial para el Sáhara Occidental, vetado por Rabat por haberlo sindicado como el directo responsable de la intransigencia de las negociaciones para un referendo que debe realizarse por mandato de la ONU en dicho territorio.

Asimismo, nombró en el cargo al alemán Wolfgang Weisbrod-Weber, como su representante en la Misión de las Naciones Unidas para el referéndum del Sáhara Occidental (Minurso) y que Marruecos intentó vetar, sin éxito. Previamente la Minurso había denunciado a la ONU que Marruecos estaba interceptando sus comunicaciones, hecho que fue condenado por Ki-moon.

Centro Robert F. Kennedy

Hace pocos días una delegación del Centro Robert F. Kennedy para la Justicia y los Derechos Humanos, visitó tanto el Sáhara Occidental invadido por Marruecos, como los Campos de Refugiados Saharauis de Tinduf en Argelia y se entrevistó con víctimas de las violaciones de derechos humanos, representantes de la sociedad civil, de la comunidad internacional y funcionarios del gobierno.

La delegación estuvo integrada por Kerry Kennedy, Estados Unidos, Presidente del Centro RFK; Santiago A. Canton, Argentina, Director, Socios para Derechos Humanos Centro RFK; Marselha Goncalves Margerin, Brasil, Director Advocaría Centro RFK; Mary Lawlor, Irlanda, Director Defensores Línea del Frente. Igualmente por Margarette May Macaulay, Jamaica, Juez Corte Inter-Americana de Derechos Humanos; Marialina Marcucci, Italia, Presidente Centro RFK Europa; Stephanie Postar, Estados Unidos, Asistente de Advocacia Centro RFK; María del Rio, España miembro de la Directiva de la Fundación José Saramago y Eric Sottas, Suiza, Antiguo Secretario General de la Organización Mundial contra la Tortura OMCT. Acompañó a la delegación Mariah Kennedy, nieta de Robert F. Kennedy.

Como era previsible el Centro Kennedy comenzó a ser difamado por las autoridades y la prensa marroquí.

En el Sáhara Occidental invadido por Marruecos

En su informe preliminar sobre el Sáhara Occidental invadido por Marruecos señala: “La delegación se entrevisto con organizaciones de la sociedad civil y con individuos de varias ciudades del Sahara Occidental y del Sur de Marruecos, incluidas El Aaiún, Dajla y Smara, que presentaron informaciones sobre casos de desaparecidos, tortura, detención arbitraria, brutalidad policial, amenazas, intimidación y ejecuciones extrajudiciales. La delegación recibió también quejas sobre la violación del derecho a la libertad de expresión, libertad de reunión y libertad de asociación.

Durante la visita a El Aaiún, la delegación observo dos o más vehículos de policía o militares estacionados en las esquinas de casi todas las calles. Muchos de los Saharauis entrevistados expresaron su preocupación al sentirse intimidados por la amplia presencia del personal militar y policial, uniformado y en ropa civil, que los perseguían en las calles y les abusaban verbalmente con palabras peyorativas y discriminatorias. La delegación del Centro RFK fue también constantemente perseguida por agentes de seguridad vestidos de paisanos durante toda su estancia en El Aaiún. Muchos de los Saharauis encontrados describen como viven en un *clima de miedo*.

La delegación también recibió testimonios de muchos casos de brutalidad policial contra manifestantes no violentos. La delegación fue testigo de uno de esos incidentes en el cual un policía uniformado y tres individuos identificados por organizaciones de la sociedad civil como agentes del estado, atacaron a una mujer que se manifestaba pacíficamente.  La delegación documentó el instante de la violación, el intento de las fuerzas de seguridad de bloquear la delegación e impedir que sea testigo del incidente, el asalto físico y verbal de la delegación por parte de las fuerzas de seguridad y la superviviente al ataque recibiendo cura médica en el hospital. En un esfuerzo para desacreditar el informe de la delegación sobre el incidente, un comunicado oficial del Estado recogido por la prensa marroquí pretendía que la mujer se desvaneció en la calle y se hirió al caer.

Al día siguiente cuando la delegación mostró fotografías de la mujer siendo golpeada por la policía a un representante del Ministerio del Interior, El Arbi Mrabet, este insinuó que la fotografía no era una buena evidencia ya que pudo haber sido manipulada. Dos de los individuos que participaron en la paliza fueron identificados como Mohamed Al Hassouni,  y el vice-gobernador para la región, Basha, Mohamed Natichi. Ambos fueron identificados en múltiples testimonios de victimas por su repetida participación en violaciones de derechos humanos. La delegación del Centro RFK pidió al gobierno marroquí la inmediata suspensión de los agentes del Estado responsables de esta violación de derechos humanos, hasta que se haga una investigación. Es más, la delegación pidió garantías para que ninguno de estos hombres sea transferido a una posición donde las víctimas serían vulnerables de ser atacados.

La delegación del Centro RFK recibió testimonios de la repetida brutalidad llevada a cabo por la policía contra un hombre discapacitado, que participaba en protestas. Según organizaciones de derechos humanos que representan a este hombre, la policía lo golpeó en manifestaciones en 2005, 2008 y 2012 y parecía que lo escogían para su brutalidad.

La delegación se entrevistó con la familia de Said Dambar, de 26 años, a quien disparó y mató un policía marroquí  después de ser golpeado el 21 de diciembre de 2010. La familia cree que Said fue seleccionado a causa de la participación de su familia en las manifestaciones por la independencia del Sáhara Occidental. Después del incidente, la policía fue a la casa de la familia para informarles que Said había sido golpeado y pedían su documentación. La policía pretendía que Said solo había tenido heridas menores y que se estaba curando en el hospital. La familia de Dambar fue al hospital donde esperó varias horas sin tener noticias de su condición o saber si estaba o no vivo. El 23 de Diciembre fue oficialmente declarado muerto y a su familia no le fue permitido ver su cabeza, que evidenciaba claramente el impacto de una bala.

Un tribunal concluyó que el asesinato fue un accidente y que el policía fue sentenciado a 15 años de prisión. A pesar de varias peticiones de organizaciones de derechos humanos para que se haga una investigación sobre las causas del asesinato de Dambar y que se haga una autopsia, Marruecos no hizo ninguna investigación seria ni ninguna autopsia.

A pesar del rechazo de la familia de Dambar de enterrar a Said antes de que se haga una autopsia, el 4 de Junio de 2012 a las 8.30 am las autoridades marroquíes presentaron a la familia Dambar una orden judicial, exigiendo el entierro del cuerpo a las 9 horas del mismo día. La familia rechazó firmar la orden y continuó pidiendo que se haga la autopsia y exigiendo conocer el lugar del cuerpo. Los miembros de la familia de Dambar son perseguidos constantemente por policías vestidos de paisanos.

La mayor preocupación de la delegación es la impunidad casi absoluta de las violaciones de derechos humanos. Por ejemplo, a pesar de las numerosas denuncias de casos de tortura recibidos por la delegación, el Procurador de primera instancia en El Aaiún informó a la delegación que durante los últimos cinco años, solo un agente del estado fue exitosamente culpado por cometer un acto de tortura.

La delegación se entrevistó con miembros de familias de víctimas de desaparición forzosa, que la informaron de la impunidad que existe. La impunidad afecta a casos de desaparición forzosa desde los años sesenta hasta casos recientes.

La delegación recibió muchos testimonios sobre la impunidad en casos de antiguas violaciones de derechos humanos. También fue informada del trabajo realizado por la Comisión Marroquí de Equidad y Reconciliación ERC, una Comisión por la Verdad creada con el mandato de investigar las desapariciones forzosas  y las detenciones arbitrarias llevadas a cabo entre 1976 y 1999 y recomendar reparaciones a las víctimas. Aunque la ERC jugó un papel importante en iniciar un proceso para tratar las atrocidades del pasado, mucha gente cree que no ha logrado satisfacer a muchas de las victimas a ambos lados del conflicto y que sus recomendaciones no han podido ser totalmente aplicadas, negando acceso a la justicia, la verdad y la reparación a muchas víctimas.

La delegación recibió información sobre violación de los derechos de libertad de expresión, el derecho a la reunión y el derecho a la asociación, perpetrada contra el pueblo saharaui. La delegación se entrevisto con representantes de un grupo de siete personas criminalmente juzgadas bajo acusaciones falsas por haber expresado su opinión. El grupo fue detenido y acusado de traición tras su llegada a Marruecos después de haber criticado al gobierno de Marruecos desde Argelia. El grupo fue encarcelado y ahora está en libertad provisional, en espera de una decisión final.

Una preocupación mayor expresada por defensores de derechos humanos saharauis es su incapacidad de registrarse como organización de la sociedad civil. Este es particularmente el caso de muchas organizaciones cuya opinión es contraria a la del gobierno marroquí. Por ejemplo, CODESA no ha recibido una respuesta a su petición presentada en el 2007. En la misma situación se encuentra ASVDH y la representación local de la AMDH. El registro es esencial para que se permita a estas organizaciones trabajar efectivamente en sus comunidades.

La delegación recibió información indicando un modelo de ataque e intimidación contra los defensores de los derechos humanos. Asaltos, amenazas, búsquedas ilegales, vigilancia, persecución criminal y declaraciones hechas por autoridades de alto nivel desacreditando y estigmatizando el trabajo de los defensores de los derechos humanos, son algunas de las actividades tendentes a bloquear y a desalentar su labor.

Un grupo de abogados informó a la delegación sobre el acoso permanente y los obstáculos a los que hacen frente al representar víctimas de violaciones de derechos humanos que hayan sido detenidos y torturados por participar en manifestaciones pacificas.

Caso Aminatou Hadar

El caso de Aminatou Hadar simboliza de la mejor manera el estado de opresión al que hacen frente los defensores de derechos humanos en el Sahara Occidental durante las últimas tres décadas. Aminatou Haidar es una de los defensores de derechos humanos más destacados en el Sahara Occidental. Después de varios años de detención ilegal, la Sra. Haidar mantiene con coraje un firme compromiso con la No Violencia. En 1987 Aminatou fue *desaparecida* tras haber participado en una manifestación pacífica. Durante la detención, Aminatou fue atada a una plancha de madera con su cabeza hacia abajo y golpeada continuamente, le pusieron en la boca tela empapada con productos químicos y recibió cargas eléctricas en todo su cuerpo. Durante todo el periodo de detención, la Sra. Haidar tuvo los ojos vendados, fue mantenida en condiciones infrahumanas y totalmente aislada del mundo exterior. Su salud ha empeorado considerablemente a causa de los abusos sufridos en manos de la policía marroquí.

El 17 de Junio 2005, de nuevo la Sra. Haidar fue brutalmente golpeada y herida por la policía durante manifestaciones pacificas en El Aaiún. Fue arrestada en el hospital, después de recibir 12 puntos en una herida craneal y tener tres costillas rotas. Paso siete meses detenida en la *Prisión Negra* de mala fama de El Aaiún.

Hoy, las autoridades marroquíes continúan acosando a Aminatou Haidar y restringiendo su libertad de movimiento, violando su derecho a un juicio, negando el registro de su CODESA y teniendo policías vestidos de paisano siguiéndola constantemente.

La Misión del Centro RFK fue objeto de intimidación y acoso que obstruyó nuestra habilidad para trabajar. Durante nuestra estancia en El Aaiún, la delegación fue permanentemente seguida por dos o más coches y policías vestidos de paisano intentaron impedir a la delegación que viese y documentase la paliza de un manifestante pacifico.

La delegación está profundamente preocupada por la posibilidad de lo que pueda ocurrir a la gente que colaboró con el Centro RFK. Los conductores de la delegación han sido intimidados por habernos ayudado durante nuestra estancia y el personal del hospital que nos permitió a los miembros de la delegación visitar a la mujer que fue golpeada durante la manifestación fueron amenazados de perder su trabajo. Además, la policía que persigue a Aminatou Haidar ha aumentado significativamente antes y después de la visita de la delegación.

Interferencia de Marruecos

La interferencia del Estado en la labor de los defensores de los derechos humanos es contraria al papel de Marruecos en la aprobación de la Declaración de las Naciones Unidas sobre la Protección de los Defensores de Derechos Humanos UNDPHRD. Marruecos es coautor de esta Declaración de Defensores de Derechos Humanos que supuso un primer paso extraordinario en la protección internacional de los defensores de Derechos Humanos y Marruecos debería estar orgulloso de esa contribución. Desgraciadamente, Marruecos no está aplicando los principios de la Declaración, cuando se trata de Defensores en el Sahara Occidental.

La delegación del Centro RFK considera que en el Sahara controlado por Marruecos, la abrumadora presencia de las fuerzas de seguridad, las violaciones al derecho a la vida, la libertad, integridad física, libertad de expresión, de reunión y de asociación, crean un estado de miedo e intimidación que viola la regla del derecho y el respeto de los derechos humanos del pueblo saharaui. El Centro RFK pide al gobierno de Marruecos que ponga fin a estos modelos de violencia que afectan al pueblo saharaui que apoya la independencia del Sahara Occidental”.

En los Campos de Refugiados…

La delegación llevó a cabo una evaluación de la situación de los derechos humanos en los campamentos de refugiados saharauis cerca de Tinduf, Argelia. Aunque sean campamentos de refugiados reconocidos por el ACNUR, la República Árabe Saharaui Democrática, el gobierno del Frente Polisario en el exilio, han establecido instituciones para administrar los campamentos. Los campamentos de refugiados han existido desde el comienzo del conflicto en 1975 y proporcionan alojamiento temporal en condiciones extremadamente duras a mas de 100.000 saharauis.

Los refugiados se dividen en cinco campamentos Smara, El Aaiún, 27 de Febrero, Auserd y Dajla. Siete campamentos pequeños, administrados por alcaldes electos y gobernadores forman cada Campamento. Cada campamento elige sus propios representantes en el Parlamento. Instituciones Centrales y Organizaciones humanitarias internacionales están en el Centro administrativo de Rabuni cerca de Tinduf.

La delegación camino libremente en los campamentos y entrevistó a varias personas, incluyendo miembros de la sociedad civil y refugiados individuales. La delegación visitó las cárceles de hombre, mujeres y niños y se entrevistó con algunos de los encarcelados. La delegación se entrevistó con el ACNUR, la Media Luna Roja Argelina, el Programa Mundial de Alimentación, la Oficina de la MINURSO en Tinduf. La Media Luna Roja Saharaui es responsable de la distribución de raciones alimenticias para la población. La delegación se entrevistó con  Médicos del Mundo y otros voluntarios internacionales que asisten a la población. La sociedad civil parece ser libre para asociarse y la mujer juega un papel preponderante en la sociedad y en la administración de los campamentos.

Bajo 47 grados de calor, la delegación experimentó un ejemplo de las difíciles condiciones en las que viven los refugiados saharauis durante los pasados 37 años. Hemos oído quejas en cuanto a la cantidad y calidad de la ración de alimentos y la falta de oportunidades entre una población altamente formada, donde la alfabetización entre las mujeres ronda el 95 por ciento. Hemos escuchado historias que reflejan la ansiedad producida por la separación de las familias y la urgencia de encontrar una solución a las violaciones de derechos humanos en el pasado, en especial desaparecidos de miembros de familias durante la guerra.

Mientras la organización y la administración de los campamentos produjeron un sentimiento de estabilidad y normalidad, la delegación quisiera expresar su preocupación por la vulnerabilidad de esta amplia población que vive en campamentos de refugiados aislados durante casi cuatro décadas. A pesar de la colaboración internacional que proporciona a casi 100.000 personas las necesidades básicas de la vida, representantes de organizaciones internacionales que apoyan a los refugiados expresaron a la delegación que las condiciones en los campamentos de refugiados podrían tener consecuencias negativas para la integridad física y psicológica de los habitantes. La delegación observó que las condiciones en los campamentos no pueden ser aceptadas como un estándar de vida permanente. Estas condiciones incluyen, entre otras, la exposición permanente al calor extremo, electricidad limitada, falta de sanidad y de variedad de dieta y muy limitadas carreras alternativas.

Las partes en el conflicto así como la comunidad internacional tienen la responsabilidad de renovar y reforzar los esfuerzos para encontrar una situación de vida sostenible para los más de 100.000 personas que viven en estos campos. Aunque el estándar básico de vida pueda ser suficiente en los campos de refugiados como parte de una solución provisional, después de cuatro décadas estos estándares ya no son aceptables y afectan seriamente las vidas, los sueños y las aspiraciones de más de 100.000 personas.

No Alineados

De otro lado y finalmente, el Movimiento  de Países  No Alineados, en su reunión mundial d agosto en Teherán, expresó que “el pueblo saharaui debe gozar del derecho a la libertad y la autodeterminación", en consonancia con los principios y objetivos consagrados en la Carta de las Naciones Unidas y en la Recomendación 1514 de la Asamblea General de las Naciones Unidas el 14 de diciembre de 1960".

Las condenas a Marruecos por violación a los derechos humanos del pueblo saharaui siguen impunes. Ninguna nación reconoce la invasión marroquí que está causando grandes penurias a un pueblo que solo quiere su independencia. Felizmente que hay voces valientes en la ONU y en organismos internacionales de derechos humanos, no así en varios países cómplices de las tropelías marroquíes.

La Primera Dama del Perú, Nadine Heredia de Humala, acuñó la frase “¿tan difícil es caminar derecho?”. ¿Tan difícil es exigir justicia para el pueblo saharaui? ¿Tan difícil es pedirle a los países y a sus cancillerías ser honestos con el pueblo saharaui y reconocer sus derechos?

El dinero, los viajes y las prebendas de Marruecos que reciben muchos políticos, periodistas y diplomáticos para comprar su conciencia, están bañados de sangre saharaui.

Fonte: *Periodista peruano. Miembro de la Prensa Extranjera.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

DILMA: FINA FLOR EMERGE DO PÂNTANO

DILMA: FINA FLOR EMERGE DO PÂNTANO




Presidente sem o meu voto - preferi a outra moça por falta de opção e para não ser omisso em relação a escolha de quem iria comandar os destinos de nossa nação - a presidente rapidamente se desvencilhou da carapuça imposta pelos meios de comunicação, que a colocavam como ventríloquo do presidente camaleão e da arapuca montada pelo staff político que pretendia engessar-lhe as ações e torná-la refém do Congresso que envergonha este país.



O PÂNTANO

Indispensável componente da natureza a dar equilibrio ao meio ambiente, sem querer emprestou o nome para os locais onde transitam e vivem as piores espécies de homens públicos não probos, parasitas do Estado Brasileiro, rico por natureza e pobre por opção.


FLOR DE LÓTUS



"Ela nasce em pântanos e lugares insalubres e quando se abre mostra toda a sua força e brancura. Suas pétalas intrigam cientistas, que tentam imitar, em tecidos, suas propriedades auto-limpantes e que repelem qualquer sujeira. Com todas essas características não é de se surpreender que ela fosse escolhida como símbolo da pureza. Mesmo vivendo em um ambiente fétido e sujo ela sempre se mantém intocada e bela."

Fonte:sylviopsi.blogspot.com.br

DO ANTECESSOR


Segundo a lenda, seu antecessor seria o único responsável pelos acertos da administração anterior, mas, sabe-se agora, de frente para o mar de lama que transbordou quando entregou o bastão, torna-se incapaz de assumir a responsabilidade decorrente das maracutaias articuladas e empreendidas durante sua gestão. Omissão e cumplicidade no mesmo balaio.

Aliás, este moço, forjado no efervescente ambiente sindical paulista, adquiriu por osmose as condições necessárias para ocupar o cargo máximo da nação, entorpecida por sucessivos governos corruptos.

Como se sabe, a liderança dos sindicatos sempre foi conquistada no pau. Corrupção, morte de companheiros dissidentes ou contrários, peleguismo, eleições fraudadas e manipulação do caixa, compõe o cenário sindical brasileiro.

Ao final das contas, em conluio, o governo com aval do patronato, manteve o sindicalismo vivo e refém da contribuição compulsória, rejeitada na Constituição Federal de 1988, mas consagrada por hermenêutica de conveniência, para regozijo de Ali Baba e seus 40....

Sobrevivente e líder do árido movimento sindical, xodó dos intelectuais incapazes de liderar um movimento político, rapidamente demonstrou aptidão e apetite pelo novo cargo. No congresso, mimou e conquistou os duzentos e noventa e nove picaretas com os quais havia compartilhado o dia a dia da casa legislativa.

Cavalgou no lombo de seu partido enquanto precisou para chegar à algum brejo, e, mais adiante, depois de se embrulhar com o mensalão, saiu na contra-mão despistando, fazendo de conta que não era com ele. Acuado, solito, enquanto a companheirada debandava, buscou abrigo no colo das oligarquias do nordeste - conhecedores de todos os caminhos que garantem a impunidade no Congresso - que lhe salvaram a pele em troca de salvo conduto e sabe-se lá mais o que...

Com tamanho jogo de cintura, liberto pela corporativismo que campeia em nosso país, percebeu que tinha lingua afiada, uma caneta e a chave do cofre, componentes indispensáveis para quem pretende fazer filantropia com o dinheiro alheio. Transitando com naturalidade por todos os partidos, com rara e respeitosa exceção, distribuiu cargos e liberou verbas a rodo para a gentalha de todas as bandeiras.


PRESIDENTE DILMA


Fruto de um processo eivado de vícios, a eleição da Presidente decorreu de acordos espúrios entabulados entre grupos que se eternizam no poder, sempre com o escopo de assaltar o erário público.

Candidata pelo partido que durante anos galvanizou a esperança do povo brasileiro, cujo hímen não suportou a canetinha cravejada de diamantes do antecessor, partido este pensado por intelectuais de botequim e carregado por sindicatos subvencionados pela contribuição compulsória de seus integrantes, plenamente confortável na condição de situação no espectro político, a futura presidente não representava nenhuma possibilidade de mudança no estilo predatório de administrar a nação. A continuidade era esperada e previsível, e os caos se avizinhava.


SURPRESA


1) A presidente tem vida própria:
A esperada subordinação ao ex-presidente camaleão não se confirmou, apesar da atitude respeitosa demonstrada publicamente, vem promovendo gradual e silencioso processo de distanciamento;

2) Ministério herdado era uma bomba de efeito retardado:
Com habilidade e determinação, a presidente despachou os Ministros flagrados com a mão na massa, suportando a pressão exercida pela perda de poder dos sócios do antigo regime de repartição dos bens públicos;

3) Depuração do segundo escalão:
Decorrência natural da troca de cadeiras nos Ministérios, a limpa no segundo escalão se impôs, revelando irregularidades que exigiram a intervenção do TCU e do Ministério Público que atuam somente depois que Inês é morta;

4) Distanciamento:
Genuína representante daqueles que colocaram a vida em risco por suas ideias, a presidente, com autoridade, lidera um partido em crise de identidade irresponsavelmente instalado no poder, que perdeu a legitimidade outorgada pelo povo, ao reproduzir as práticas que criticava nos partidos envolvidos sistematicamente com corrupção. Com a dificil tarefa de resgatar a credibilidade do Partido do qual faz parte, busca com sua conduta exorcizar o passado nebuloso. Esta condição, retira as amarras impostas pelos oportunistas de sempre, permitindo que a presidente governe com autonomia e para o povo brasileiro, e não para alguns poucos que buscam fazer fortuna enchendo as cuecas ou que tem a sorte de ter um filho chamado Genio L. da Silva, o geninho;

5) Feeling:
Eleita em cima do populismo do seu antecessor, a presidente surpreende ao administrar conflitos e reduzir atritos, exibindo independência e determinação, com extraordinária e refinada capacidade de articulação política, sem desviar o foco da comunidade Brasil;

6) Ações:
Com excepcional conhecimento da infraestrutura do país, suas particularidades, necessidades e possibilidades, foca suas ações em educação, saúde, habitação, energia, transporte e segurança, sem desprezar a parceria com o setor privado;

7) Lei da Anistia: Seu antecessor fugiu que nem o diabo da cruz da instalação da Comissão da Verdade, usando o Ministro Jó como escudo, confortavelmente vestido em uma farda de campanha, usada preferencialmente num escritório com ar condicionado, cafezinho e seguranças na porta. Com semblante sério e intenções camufladas, o representante do antecessor conseguiu desagradar gregos e troianos. Ao chegar, a presidente mandou o garboso rapaz para casa, e deu início ao já tardio processo de resgate da recente história do Brasil, onde, num gesto de conciliação nacional, recusou a condição de vítima e assumiu a responsabilidade de constituir a comissão e viabilizar os trabalhos, com a postura que tem como escopo não o revanchismo, mas sim, a realização da justiça.


"Basta um gesto para inscrever teu nome na posteridade, para o bem ou para o mal" Juliana Hedwich Klein Orsi


DECISÃO POLÍTICA DE REDUZIR OS JUROS


A grande ruptura do sistema ocorreu com a redução dos juros, obra pessoal da presidente, que assim enfrenta a agiotagem institucionalizada através dos bancos, que sugavam recursos da atividade produtiva para os parasitas e especuladores de plantão.

A presidente, com admirável e destemido protagonismo, demonstrou a mesma coragem de outrora, ao rachar a ditadura do setor bancário que, através de maciça subvenção a grupos políticos corruptos, manteve o país refém dos agiotas por mais de 30 anos.

Acostumados com um spread que permitiu ao setor acumular lucros incompatíveis com uma economia de mercado competitiva, enquanto o setor produtivo amargava derrotas que levavam à falência, os bancos quando enfrentaram algum vento mais forte, buscaram e encontraram abrigo no caixa do governo administrado por FHC e seus comparsas, saindo sempre ilesos e, de cara nova, voltavam a farra do mercado financeiro.

A guerra não está ganha. Ganhamos a primeira batalha, muitas virão. Para não haver recuo a presidente vai precisar de ajuda, pois logo os banqueiros voltarão com a cavalaria e farão carga com as armas de sempre, ou seja: corrupção da classe política, notas pagas na imprensa, "formadores de opinião" comprados que assinam colunas como se independentes fossem, a banca internacional, a nacional, controle do Banco Central...tudo para desestabilizar as iniciativas contrária aos interesses dos que se acostumaram a ganhar dinheiro sem trabalhar.


REVOLUÇÃO


Sociedade civil, onde estás?

Deitada eternamente em berço esplêndido, a mesma sociedade que se conforma em ser tutelada por corruptos, recepcionou a ousada, corajosa e inédita decisão da presidente com indiferença.

Coerência? Talvez.

Os comentaristas econômicos estão na muda, como se diz daqueles que silenciam quando o quadro não lhes favorece. As notícias falam das taxas, mas nenhuma palavra sobre o impacto na economia e na vida das pessoas. Agindo assim, a imprensa, tradicional aliada do capital, sempre filtrando as notícias através de seus interesses, busca proteger os bancos, seus grandes patrocinadores.

As taxas turbinadas inflavam a dívida pública, o financiamento das atividades produtivas, o custo dos produtos, o cheque especial, o cartão de crédito e as dívidas que tornavam-se impagáveis, carreando para os bancos todo o esforço de uma nação.

A usura, praticada por agiotas e institucionalizada pelos bancos privados - nacionais e estrangeiros - seguidos pelos bancos públicos, sob a chancela do Governo Federal através do Banco Central, do Conselho Monetário Nacional e do COPON (Comitê de Política Econômica Nacional), funcionou até agora como um mecanismo, silencioso e eficaz, de expansão da dívida pública, espoliação da mão de obra, destruição de pequenas e médias empresas, pressão permanente sobre as economias familiares, financiamento de campanhas de políticos comprometidos com o sistema bancário e enriquecimento ilícito.

As mais antigas legislações contemplam o histórico repúdio à usura, a exemplo do Código de Hamurabi, de Manu, da Lei das XII Tábuas, do Alcorão e da Bíblia. Prevista no Código Penal e outros diplomas legais, sua aplicação é subestimada nos Tribunais, sendo que, no meio jurídico, é conhecida a posição de todas as Câmaras sobre o tema, onde algumas são identificadas como as que decidem contra os bancos, enquanto outras, a favor dos bancos. Pode?

O sistema bancário conseguiu dividir a Jus-tiça!

Diante deste contexto, a decisão da presidente de enfrentar a ditadura dos bancos se reveste de suma importância, ao romper com este paradigma enraizado em nossa sociedade, sendo responsável, junto com a corrupção, pela brutal desigualdade social presente em nosso país, que possui riqueza suficiente para atender plenamente as demandas de seu povo.

Revolucionária, a decisão da presidente pôs fim a ditadura bancária com um só golpe sem derramar uma gôta de sangue. Lágrimas de crocodilo, sim. A banca está desatinada e temporariamente desarticulada. Ao acionar o mecanismo da concorrência bancária utilizando o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, depois do ajustamento gradual e persistente de baixa da taxa Selic, a presidente criou as condições necessárias para o enfrentamento final. Os resultados já começam a aparecer no balanço das duas Instituições, que registram saldo positivo em suas operações, além da conquista de novos clientes, em fuga da banca privada que passa a rever suas taxas.

Uma verdadeira revolução. Um acontecimento histórico, assim reputo os últimos acontecimentos. Agora, a sociedade precisa reconhecer este avanço patrocinado pela corajosa e competente presidente da república.

Representantes da indústria, do comércio, do agro-negócio, das organizações sindicais, das entidades de classe e dos consumidores, devem capitalizar este avanço, esta conquista memorável, reconhecendo junto à presidente este passo formidável em prol do povo brasileiro.

Ao exercício da crítica, recomenda-se que sempre seja acompanhada de proposta de soluções, da mesma forma que os acertos devem receber apoio, principalmente na questão dos juros, onde os bancos assaltaram a nação à luz do dia durante mais de trinta anos, com o aval do poder público.

A presidente está um passo a frente da sociedade que a escolheu para comandar. A consolidação do processo revolucionário, que atingiu o setor que explorava e sangrava o esforço produtivo da nação, precisará de nossa vigilância constante, não permitindo o retorno da ciranda financeira que privilegia poucos em detrimento de toda a população.

A divergência não torna os homens inimigos. O que os torna inimigos é a intolerância à divergência.

Nós precisamos correr para alcançar a presidente...

OTIMISMO?


Sim! Estou otimista. Amigos me alertam que talvez seja prematura minha empolgação com a presidente, principalmente pela companhia que a cerca e pelo poder do inimigo.

Afirmo que não, e justifico com o posicionamento defendido por um ex-gerente meu, por quem nutro especial gratidão e respeito.

Assim dizia ele diante de uma tomada de decisão:


"É preferível errar dando uma oportunidade, do que acertar sem ter dado nenhuma."


Por outro lado, jamais me sentirei derrotado por acreditar nas possibilidades ilimitadas do ser humano. Assim, num eventual tropeço, lembrarei de Gandhi:

"Como pode o indivíduo moderno manter sua paz interior e sua segurança exterior, como pode conservar-se honesto, livre e autenticamente ele próprio, em face dos assaltos que se efetuam contra ele, por parte da força de governos poderosos, da força de poderosas organizações econômicas, da força do mal que reside nas maiorias cruéis e nas minorias militantes, e da força que agora se extrai do átomo? Muita gente fica em atitude de medo perante estas aglomerações de força; admite sua incapacidade de lutar, submete-se. O resultado, em todos os países, é um homem que se encolhe cada vez mais. Isto abre a porta ao totalitarismo e ameaça a democracia, porquanto, sem um indivíduo que esteja pronto e seja capaz de se defender a si mesmo, contra as exorbitâncias do poder, a liberdade está condenada."

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES


Basta um gesto para...

Pois o antecessor tem a seu crédito a escolha da sucessora. Não me perguntem os motivos que o levaram a tomar esta decisão. Não interessa mais. Mas, como laranjeira não dá uva, presumo que apostava na subordinação incondicional da competente Ministra, e na recuperação do rentável e proeminente cargo ao final de quatro anos.

A presidente Dilma, herdeira de quem administrou com os pés, as mãos e a cabeça enfiada na lama, veste branco e não perde o prumo mesmo tendo como vice o representante de um partido que, nas sombras, suga-lhe as energias e trabalha contra o nosso país. Entre o bem e o mal, o certo e o errado, o justo e o injusto, o possível e o impossível, o puro e o impuro, a presidente tem governado nosso país com a altivez de uma rainha, o equilíbrio de uma bailarina e o virtuosismo e a retidão esperada de uma Presidente.



Para o bem do Brasil, Dilma emerge do pântano como uma Fina Flor, a Flor do Pântano, a FLOR DE LÓTUS.