República Árabe Saharaui Democrática


O POVO QUE O MUNDO ESQUECEU


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O POVO QUE O MUNDO ESQUECEU


Bem-vindos ao blog phoenixsaharaui.blogspot.com.br


A criação deste espaço democrático visa: divulgar a causa Saharaui, buscar o reconhecimento pelo Brasil da República Árabe Saharaui Democrática e pressionar a União Européia, especialmente a Espanha, a França e Portugal, mais os EUA, países diretamente beneficiados pela espoliação dos recursos naturais do povo Saharaui, para retirarem o apoio criminoso aos interesses de Mohammed VI, Rei do Marrocos, e com isto permitir que a ONU prossiga no já tardio processo de descolonização da Pátria Saharaui, última colônia na África.


Membro fundador da União Africana, a RASD é reconhecida por mais de 82 nações, sendo 27 latino-americanas.


Nas páginas que seguem, você encontrará notícias do front, artigos de opinião, relato de fatos históricos, biografias de homens do porte de Rosseau, Thoreau, Tolstoy, Emersom, Stuart Mill e outros que tiveram suas obras imortalizadas - enxergaram muito além do seu tempo - principalmente em defesa da Liberdade.


"Liberté, Égalité, Fraternité", a frase que embalou tantos sonhos em busca da Liberdade, é letra morta na terra mãe.


A valente e obstinada resistência do povo Saharaui, com certeza encontraria em Jean Molin - Herói da resistência francesa - um soldado pronto para lutar contra a opressão e, em busca da Liberdade, morrer por sua Pátria.


A Literatura, a Música, a Pintura e o Teatro Saharaui estarão presentes diariamente nestas páginas, pois retratam fielmente o dia-a-dia deste povo, que a despeito de todas as adversidades, em meio a luta, manteve vivas suas tradições.


Diante do exposto, rogamos que o nosso presidente se afaste da posição de neutralidade, mas que na verdade favorece os interesses das grandes potências, e, em respeito a autodeterminação dos povos estampada como preceito constitucional, reconheça, ainda em seu governo, a República Árabe Saharaui Democrática - RASD.


Este que vos fala não tem nenhum compromisso com o erro.


Se você constatar alguma imprecisão de datas, locais, fatos, nomes ou grafia, gentileza comunicar para imediata correção.


Contamos com você!


Marco Erlandi Orsi Sanches


Porto Alegre, Rio Grande do Sul/Brasil

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Por que “ele não” foi à Rússia?

 Por que “ele não” foi à Rússia?

"O inimigo do meu inimigo é meu amigo". Ignorante, inepto, incompetente e insano, o "presid" pensa que é inimigo do Biden e amigo do Trump. Desconhece a política externa norte-americana que coloca a doutrina de segurança nacional acima do ocupante temporário da White House.

Forçoso admitir que os interesses estratégicos, políticos, econômicos e geo-políticos dos USA possuem matriz imperialista, desprezam a soberania popular e territorial de países periféricos, subordinam interesses regionais e mantém domínio através da supremacia militar e do capital.

Presidente por acaso e novato no xadrez diplomático, ele não possui a real compreensão de que as relações entre as nações se consolidam por interesses comuns ou por subordinação incondicional, e não por simpatia/antipatia. Com sua desastrosa e pífia participação nos foros internacionais, desajeitado e sem estofo de estadista, restou por transformar um país em ascensão num pária internacional. 

Caso os envolvidos (USA, Rússia e UE) não estivessem investidos de poderes outorgados constitucionalmente, diria que o Bozo, neófito nos "war games", se meteu numa briga de quadrilhas. 

Por quê?

Ameaça externa ou interna, mesmo quando seja uma grande mentira, é um recurso historicamente utilizado por ególatras para reverter situação de decadência ou desespero político. Narrativa visa justificar atos de exceção, perseguição aos opositores e ruptura do regime democrático.

Neste contexto, presença do presidente brasileiro no cascudo e sangrento campo de guerra europeu é o réquiem de um farsante. 

Como intervir para conciliar disputas seculares em solo estrangeiro quando, sem credibilidade, não conseguiu mediar interesses entre o governo e seu próprio povo? 

Como conter o ânimo dos contendores internacionais quando internamente a biografia anota violação de direitos humanos, degradação da natureza, negacionismo e genocídio?

Brasil agoniza...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO

 Feliz Natal e Próspero Ano Novo! 


                                                 Sultana Jaya - símbolo da luta saharaui

Desejo que o Ano Novo que se avizinha seja uma tela em branco que será pintada por vocês com as cores da saúde, da igualdade, da liberdade, da solidariedade e da felicidade. 

Inspirada pelo amor fraternal e pela justiça, vossas mãos serão guiadas pela luz da lua, impulsionadas pela força dos ventos e iluminadas pelo calor do sol, desafiando estradas desconhecidas, vales hostis e correnteza de rios indomáveis na realização de uma obra única que terá a solidez da rocha, a fertilidade do solo virgem, a energia do mar e a vida em abundância das intocadas florestas.

São os sinceros votos.



segunda-feira, 25 de outubro de 2021

 REDES SOCIAIS:  


Exemplo clássico da barbárie provocada pela polarização desumana, genocídio em Ruanda/1994, Hutus x Tutsi, 800.000 mortos, entre outros fatores, teve como protagonista uma Rádio que incitava as perseguições e os confrontos em tempo real - Radio Télévision Libre de Mille Collines.                                                  

Sem o poder de fogo do Facebook, diariamente o "locutor" da RTLM potencializava a rivalidade tribal e clamava pelo extermínio do povo Tutsi. O resultado é conhecido. Mulheres estupradas e mortas, crianças assassinadas, Hutus moderados e 70% da etnia Tutsi brutalmente eliminados.


O que estamos assistindo passivamente nas redes sociais, que invadiram nossas casas e vidas de uma forma pegajosa, é uma ameaça real de confronto em escala mundial diante da falta de moderação dos conteúdos, tolerância com fake news e disseminação do ódio racial, ideológico e religioso.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

SAHARAUIS: PARADIGMA MUNDIAL

Excelente artigo!

https://elminuto.cl/las-politicas-de-estados-unidos-hacia-el-sahara-occidental-entre-la-contencion-y-la-presion/


Conversando com a comunidade solidária com a causa saharaui...


Corroborando vossa posição, permita destacar alguns pontos:

Saharauis, paradigma mundial:
1) A política externa norte-americana é determinada por interesses comerciais e geo-políticos com reduzida dependência do presidente em exercício. O presidente de plantão pode, no máximo, minimizar ou maximizar danos;

2) Nos últimos 29 anos (1992), data marcada para a realização do referendo, os Estados Unidos se colocou como mediador nas negociações quando, na verdade, trabalha para o seu aliado histórico, o Marrocos. A ideia era que o referendum - sine die - o muro, as condições degradantes, dentro e fora da área ocupada, e o tempo quebrasse a resistência ou exterminasse o povo saharaui;

3) A hora é agora. O povo saharaui não pode mais entregar seu destino nas mãos de terceiros (UE, USA, UN). A pilhagem dos recursos naturais e a violação dos direitos humanos do povo saharaui praticada pelo genocida marroquino tem o aval dos europeus e dos norte-americanos, com a omissão criminosa das Nações Unidas.

4) A União Africana, da qual os saharauis são membros, tem que assumir o protagonismo na luta pela independência plena do povo saharaui, última colônia da África. A independência dos saharauis será a libertação do Continente Africano, ainda refém da severa espoliação dos seus recursos naturais em prejuízo do seu povo;

5) Por que defino o caso saharaui como paradigma mundial?

A) Porque não há disputa territorial na área (já reconhecida saharaui pelo TPI, 1975);

B) Porque o Marrocos é declarado potência agressora (violando normas internacionais de toda ordem);

C) Porque a pilhagem de recursos naturais de territórios não-autônomos é crime. A pilhagem sempre é crime, mas neste caso temos que repetir, repetir, repetir...;

D) Porque a violação de direitos humanos é crime de lesa-humanidade. A área ocupada (2/3 do território) é hoje o maior campo de concentração do mundo. Conhecido, reconhecido e aceito pelo mundo ocidental;

E) Porque a resistência diplomática saharaui inova ao não buscar a retaliação armada (terrorismo). A resistência armada atual é o exercício de um direito na defesa do território, da liberdade e da vida do seu povo, amparada na legislação internacional;

F) Porque a agressão sofrida ostensivamente pelo povo saharaui expõe a hipocrisia dos povos ditos democráticos que se qualificam como defensores da liberdade e da igualdade;

G) Porque revela que a ONU é uma organização criminosa criada para legitimar ações de extermínio realizadas em nome dos negócios e comandada por quadrilhas assentadas de forma permanente no Conselho de Segurança;

H) Porque o bloqueio midiático imposto à causa saharaui revela definitivamente a dependência e a cumplicidade dos meios de comunicação com o capital predador internacional.

6) Los "hijos de las nubes" não estão sós...

7) INDEPENDÊNCIA SAHARAUI JÁ!






terça-feira, 11 de agosto de 2020

mberublue - pensar sem enlouquecer: Os Estados Unidos Marcham para a Morte

mberublue - pensar sem enlouquecer: Os Estados Unidos Marcham para a Morte:   Os Estados Unidos Marcham para a Morte     Arte de Mr. Fish para Scheerpost Segundo Chris Hedges, não importa o resultado das eleiçõ...

sexta-feira, 24 de julho de 2020

BRASIL: FLERTANDO COM O DIABO

BRASIL: FLERTANDO COM O DIABO



Não costumo me envolver em briga de quadrilhas tipo, USA X CHINA x RÚSSIA x UE. A ordem dos fatores não altera o produto.

Vamos parar de brincar!

Ideologias servem somente para mascarar sistemas de dominação que usam o capital e a força desde sempre. 

A cor é a maquiagem do tigre.

Quando se trata do Brasil...

Esse governo genocida tentou jogar o país contra a Venezuela atraindo para o continente a guerra. Não conseguiu ainda. 

Agora se submete e se alinha ao predador norte-americano (louco) numa disputa comercial com a ditadura chinesa. 

É pura insanidade!!

O Bufão platinado, Donald Tramposo, tão esperto quanto desesperado pela reeleição, tenta emplacar o discurso que pega os bobos - anticomunista - e ao mesmo tempo neutralizar o fornecimento de grãos dos concorrentes aos chineses - Brasil - pra garantir preço e mercado para os agricultores (votos) made in USA.

O insano capitão do mato, presidente da vez, que bate continência para bandeira norte-americana, incompetente, despreparado, entreguista e louco nega a pandemia, resultando sua omissão no genocídio de milhares de brasileiros. 

Negocia nossa soberania, entregando parte do território (base de Alcântara) para atividade militar norte-americana...

Defende e libera o porte e a posse de armas sem nenhum controle, num país conhecido pela extrema violência e criminalidade. 

Incentiva e permite o desmatamento e as queimadas na Amazônia em escala criminosa, degradando o meio ambiente e dizimando os povos das florestas. 

Despreza a Constituição no que diz respeito à autodeterminação dos povos, ao desafiar e instigar a insurreição do povo Venezuelano, atendendo interesses geo-políticos/econômicos dos norte-americanos.

Se dizendo de extrema-direita, depois direita e agora conservador liberal, seja lá o que quer dizer isto, o genocida, sem projeto e sem futuro, tenta se afastar da horda insandecida que o trouxe até aqui, se juntando com a escória do congresso que é chamada de centrão para continuar flutuando. 

Enquanto isto o barco segue à deriva...

Não bastasse tamanha loucura, vejamos a situação do Exército Brasileiro no ano passado, segundo palavras do próprio presidente:   

"Nós estamos aqui tentando sobreviver ao corrente ano. Não tem dinheiro. Eu já sabia disso e fui fazendo milagre, conversando com a equipe econômica com o que podemos fazer para sobreviver. O Exército vai entrar em meio expediente, não tem comida para dar ao recruta, que é filho de pobre". Afirmou o presidente em 16/08/2019.

Segundo a reportagem citada, "futuramente pode comprometer até mesmo gastos do dia a dia, como contas de luz, gás, telefone, combustível e até munição."

Cercado de milhares de militares que de repente se tornaram competentes e especialistas em tudo (ninguém pergunta quem administrou a estrutura castrense nos últimos anos levando-a à insolvência - conforme palavras do ex-capitão), o acuado presidente transformou o Exército em guarda pretoriana num flagrante desvio de sua missão constitucional. Se fosse uma micro-empresa já teria falido.

Assim, para governar o "presidente" adotou o presidencialismo de colisão, ou seja, coalizão com o braço armado do estado. 

Com esse cacife, o louco quer nos envolver em uma aventura militar suicida. 

Diga não para a bestialidade humana.

O mecanismo constitucional para a deposição deve ser acionado...

IMPEACHMENT JÁ!!

quarta-feira, 15 de julho de 2020

GENOCÍDIO

GENOCÍDIO




O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, deu nome ao massacre (73.000 mortos) perpetrado por um governo incompetente e negacionista que, por ação ou omissão, é responsável pela tragédia sem fim que se abate sobre o povo brasileiro.

Sob o conceito de genocídio, extraído a ferro e fogo das Nações Unidas, o extermínio dos povos originários é prova cabal diante do abandono frente à pandemia, da grilagem, do garimpo e do desmatamento que assolam e exterminam impiedosamente as nações indígenas.
                     
Considerando outro recorte social, numa nação conhecida pela desigualdade, populações pobres, pessoas sem teto, presidiários e moradores de estados considerados adversários do insano capitão estão sendo dizimados. É GENOCÍDIO SIM!  
                                                    
Ao assumir o Ministério da Saúde, a gestão castrense, sem experiência e sem competência, ausente profissionais especialistas na área da saúde e desprezo pelos métodos científicos, tornou-se cúmplice da "administração" bolsonarista e assumiu a co-responsabilidade pelo resultado catastrófico.

Sobre GENOCÍDIO verhttps://phoenixsaharaui.blogspot.com/2020/07/um-crime-sem-nome-raphael-lemkim-alem.html

- CONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO E A REPRESSÃO DO CRIME DE GENOCÍDIO

Ratificada pelo Brasil através do Decreto Nº 30.822 de 06 de maio de 1952:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Atos/decretos/1952/D30822.html

UM CRIME SEM NOME - RAPHAEL LEMKIM: ALÉM DO IMPOSSÍVEL -

RAPHAEL LEMKIM: ALÉM DO IMPOSSÍVEL





UM CRIME SEM NOME



São Paulo, julho 2011


A IMPORTÂNCIA DA OBRA DE RAPHAEL LEMKIN PARA A ELABORAÇÃO DA CONVENÇÃO SOBRE GENOCÍDIO

Por CAMILA SOARES LIPPI

Introdução

A Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, de 1948, tem como objetivos obrigar seus Estados-partes a criminalizar o genocídio, a punir os seus autores, e a adotar sistemas de cooperação judicial para a repressão desse crime (CASSESE, 2008, p. 127-128).

Segundo esse tratado, seja o crime cometido em tempos de paz ou de guerra, o indivíduo que o cometeu deve ser julgado e punido. O tratado atualmente faz parte do direito consuetudinário internacional (OBOTE-ODORA, 1999), ou seja, como prática geral reiterada ao longo do tempo, e aceita como sendo direito, o que a torna obrigatória inclusive para Estados que não a tenham ratificado.

O objetivo deste artigo é analisar a importância da obra de Raphael Lemkin para a elaboração deste tratado, um dos mais importantes em termos de proteção internacional dos direitos humanos. 


A obra de Lemkin

A Convenção de 1948 sobre Genocídio provavelmente não existiria hoje se não fosse pelo jurista polonês Raphael Lemkin. Judeu, Lemkin perdeu vários membros de sua família, e teve de se mudar para os Estados Unidos como refugiado após a Alemanha invadir a Polônia, e lá passou a lecionar na Duke University e aprofundou seus estudos, que já havia começado a desenvolver enquanto estudante quando ainda era jovem, sobre algo ainda sem nome e cujo termo ele viria a cunhar depois: o genocídio (POWER, 2007, 14-29).

Na Conferência para a Unificação do Direito Penal de Madri, em 1933, quando trabalhava como Promotor em seu país, Lemkin apresentou à comunidade jurídica internacional os conceitos de dois novos crimes internacionais: barbárie (barbarism) e vandalismo (vandalism).

Barbárie seriam atos de extermínio dirigidos contra coletivos étnicos, religiosos ou sociais, por qualquer motivo. Dentre os elementos desse crime, estariam os seguintes: emprego de violência cruel; ação sistemática e organizada; a ação não se dirige contra pessoas determinadas, mas contra uma coletividade; a coletividade atacada está indefesa; e a intenção com que se realiza pode consistir em intimidação dessa população (LEMKIN, 1933).

Já o vandalismo seria um ataque visando uma coletividade que poderia assumir também a forma da destruição sistemática e organizada da arte e da herança cultural nas quais as características únicas daquela coletividade são reveladas. O autor do crime não estaria somente destruindo a obra, mas o símbolo da cultura de uma determinada coletividade (LEMKIN, 1933).

Porém, as idéias de Lemkin não foram acolhidas nessa Conferência de 1993. Ele enfrentou diversas dificuldades nesse sentido. Em primeiro lugar, o então Ministro das Relações Exteriores da Polônia, Joseph Beck, alinhado a Hitler, se recusou a permitir que Lemkin viajasse para Madri para defender suas idéias pessoalmente.

O trabalho de Lemkin teve que ser lido em voz alta por terceiros em sua ausência. Em segundo lugar, Lemkin não conseguiu muitos aliados que defendessem suas propostas. No período entre guerras na Europa, economicamente deteriorada devido à crise de 1929, e com Estados isolacionistas e nacionalistas.

Os Estados, no âmbito da Liga das Nações, falavam em "segurança coletiva", mas nesse conceito, não consideravam que estava incluída a segurança dentro do Estado. Os juristas presentes argumentavam que era algo que não acontecia com freqüência, não merecendo ser tipificado.

Os representantes alemães chegaram a se levantar em protesto à sua apresentação. Os conceitos expostos por ele haviam sido fortemente influenciados pelo massacre de armênios perpetrado pelos turcos, e pelo assassinato de judeus na Polônia em pogroms.

Então, em seu país natal, ele foi acusado de tentar melhorar a situação dos judeus na Polônia com sua proposta. O Ministro das Relações Exteriores do país o culpou por ter insultado os aliados alemães. Assim, logo após a Conferência, o governo anti-semita polonês o demitiu do cargo de promotor público adjunto, pois Lemkin se recusava a refrear as críticas que fazia em relação a Hitler (PEREIRA JÚNIOR, 2010, p. 78; POWER, 2007, p. 22).

Um discurso proferido por Churchill em 1941 teria ressoado em Lemkin, quando este já se encontrava refugiado nos Estados Unidos, de modo a levá-lo a procurar uma nova palavra, na qual pudesse aperfeiçoar os conceitos que havia apresentado em Madri, além de agrupar todos os aspectos da proteção do grupo vitimado, bem como as atuações sistemáticas que os atingiriam, tomando como exemplo aquelas perpetradas pelos nazistas com fim de extermínio em massa (PEREIRA JÚNIOR, 2010, p. 79). 


"We are in the presence of a crime without a name" (CHURCHIL, 1941).

Assim, diante da impossibilidade de encontrar um termo mais preciso, Lemkin cunhou o termo "genocídio", em obra seminal de 1944, denominada Axis Rule in Occupied Europe. Isso ocorreu no final da Segunda Guerra Mundial, quando o mundo se encontrava chocado perante os acontecimentos na Alemanha nazista.

Lemkin criou uma palavra que tinha o prefixo grego genos (que significa raça, ou tribo) com o sufixo de origem latina cídio (em inglês, cide), que deriva do vocábulo latino caedere, que significa matar.

Ele caracterizou o delito de genocídio como uma velha prática que estava em sua etapa de desenvolvimento moderno, constituída por um plano coordenado que busca a destruição das bases fundamentais da vida dos grupos atacados, destruição essa que implica usualmente a desintegração das instituições políticas e sociais, da cultura do povo, de sua linguagem, de sua religião.

A destruição do grupo seria o objetivo principal desse crime. Os atos seriam sempre direcionados aos grupos, e aos indivíduos que são selecionados por fazerem parte desses grupos (LEMKIN, 1944).

...

Fonte: Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011

Recomendo a leitura integral do excepcional texto que é acessado através do link:


Ainda...

A Convenção estabeleceu o "genocídio" como crime de caráter internacional, e as nações signatárias da mesma comprometeram-se a "efetivar ações para evitá-lo e puní-lo", definindo-o assim:

Por genocídio entende-se quaisquer dos atos abaixo relacionados, cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial, ou religioso, tais como:

(a) Assassinato de membros do grupo;

(b) Causar danos à integridade física ou mental de membros do grupo;

(c) Impor deliberadamente ao grupo condições de vida que possam causar sua destruição física total ou parcial;

(d) Impor medidas que impeçam a reprodução física dos membros do grupo;

(e) Transferir à força crianças de um grupo para outro.

Do texto, extraímos a informação da resistência oferecida pelos aliados para ratificar as propostas de Lemkim, especialmente da França, sempre a França, e dos Estados Unidos, cuja adesão, com ressalvas, ocorreu somente após 40 anos.

No dia 5 de novembro de 1988, o presidente norte-americano Ronald Reagan - representando os "guardiões da democracia" - aderiu à Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.

A assinatura dos termos da Convenção enfrentou muitos adversários internos fortes, os quais acreditavam que aquele documento infringiria a soberania dos Estados Unidos e seus Aliados. Um dos mais ferrenhos defensores da Convenção, o senador William Proxmire, do estado de Winsconsin, fez mais de 3.000 discursos no Congresso, de 1968 a 1987, defendendo a Convenção.

Sobre Raphael Lemkin (24 de junho de 1900 – 28 de agosto de 1959) 

Lemkin nasceu Rafał Lemkin no vilarejo de Bezwodne na Rússia Imperial, agora em Vilkaviškis districto da Lituânia. Não se sabe muito sobre a infância de Lemkin. Ele cresceu numa família polaco-judia e era um dos três filhos nascido de Joseph e Bella (Pomerantz) Lemkin. Seu pai era um fazendeiro e sua mãe era uma intelectual: pintora, linguista e estudante de filosofia com uma larga coleção de livros de literatura e história. Com sua mãe como influência, Lemkin se tornou perito em nove línguas com 14 anos de idade, incluindo francêsespanholhebraicoÍdiche e Russo.
Depois de graduado numa escola local de Białystok, ele começou o estudo de linguística na Universidade John Casimir em Lwów. Era lá que Lenkin começou a se interessar no conceito de crime, o qual mais tarde envolveria a introdução da idéia de genocídio, baseado em grande parte na experiência dos Assírios[1] massacrados no Iraque durante 1933 e no Genocídio Armênio durante a Primeira Guerra Mundial. Lemkin se transferiu para a Universidade de Heidelberg na Alemanha para estudar filosofia, e retornou para Lwów para estudar Direito em 1926, transformando-se em um preceptor em Warsaw na graduação.


Fonte: Wikipédia

quinta-feira, 9 de julho de 2020

BRISA DE CIDADANIA AGITA OS QUARTÉIS


BRISA DE CIDADANIA AGITA OS QUARTÉIS




Parece que há vida cidadã nos quartéis...

Uma luz no final do túnel que não seja este trem desgovernado "conduzido" pelo genocida. 

Quem sabe chegará o dia em que as forças de segurança (FA, PM, PC) não serão mais uma ameaça permanente à sociedade e às instituições democráticas.

Posicionamento do Coronel Glauco Carvalho comprova que existe vida fora do clube do ódio A e do clube do ódio B.

Em decisão fundamentada, o policial militar rejeita o alinhamento automático das forças de segurança ao aparelhamento ideológico, ao negacionismo, ao conluio com o parlamento, à perseguição dos opositores e ao desprezo pela democracia acalentado e promovido pelo despreparado e insano presidente.

Tal posicionamento não torna o audacioso Coronel um esquerdopata, um petista, um comunista, rótulos utilizados pela horda ensandecida para lacrar pessoas que pensam de forma diferente, pois o sinal mais robusto da democracia é a convivência respeitosa com a oposição de ideias.

Com certeza o Coronel Glauco não é uma pessoa perfeita, assim como nós, mas tomou uma decisão que poucas pessoas estão dispostas a tomar, e seu gesto representa muito para um país que tem nas suas forças armadas (FA, PM e PC) uma ameaça permanente às instituições democráticas.

As forças de segurança - interna e externa - são Instituições de estado e não de governo, se subordinam ao povo em conformidade com a Carta Constitucional e, quando desviam de sua missão transformam-se em milícias a serviço de chefes de quadrilhas ou de tiranos.



segunda-feira, 29 de junho de 2020

TRÊS MANDAMENTOS

TRÊS MANDAMENTOS

Brasil

Desafio de um governo de índole genocida: 
não matar, não furtar, não mentir.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

CONSERVADORISMO?



CONSERVADORISMO?
CONSERVAR O QUÊ?

Miséria, desigualdade social, fome, desemprego, violência policial, racismo, precarização da saúde, sucateamento da educação, segurança seletiva, corrupção governamental, legislativo venal, judiciário partidarizado, MP curvado, exploração da fé??