HERÓIS ANÔNIMOS
Desde sempre devotei especial carinho, respeito e
admiração pelos profissionais da saúde, a quem chamo de heróis anônimos.
Anônimos pelo absurdo desequilíbrio que há entre a responsabilidade ética e
legal do profissional de enfermagem, a entrega e o reconhecimento social.
Em geral, atos heróicos costumam colocar em risco a vida dos heróis e decorrem de
eventos extraordinários, únicos, singulares e raros. Isto não lhes reduz a
importância, o valor e o mérito. Mas, e no caso dos profissionais da saúde?
A vitória sobre o vírus que nos ameaça - invisível,
contagioso e letal - sem medicação de combate conhecida, depende exclusivamente
desses heróicos combatentes que arriscam diariamente a vida para salvar
milhares de pessoas. Reflexão que se impõe: Como é ser herói todos os dias?
Qual o custo?
Quem é esta pessoa que arrisca sua vida e a de seus familiares todos os dias em
prol da humanidade?
Que resiliência!
Que entrega!
Que altruísmo!
Com certeza
estamos diante de pessoas especiais, extraordinárias, um paradigma no processo
civilizatório.
A contrario sensu, declarada a guerra contra o vírus, temos insanos comandantes
de pijama e gravata aquartelados confortavelmente no gabinete do ódio, bem
longe do front, afirmando irresponsavelmente que não há guerra.
Vetustos
senhores, donos de um pragmatismo macabro, admitem que não têm bote salva-vidas
pra todos mas que o risco é pequeno, e vai atingir preferencialmente a parcela da
população com mais de 60 anos.
Risco pequeno? milhares de corpos insepultos jogados nos corredores dos hospitais ou nos caminhões frigoríficos plantados na frente das Unidades de saúde, para posteriormente serem enterrados em covas coletivas por falta de atendimento. É surreal!
Diante de tamanha calamidade, por que este
"seleto" grupo de oficiais anciões, que pela idade fazem parte do
grupo de risco calculado, não se preocupa com o vírus invisível?
Simples. Porque não lhes faltará nada quando
precisarem. Equipamentos de proteção, leitos, respiradores, hospitais de
primeira linha, médicos e profissionais da saúde estarão inteiramente à
disposição do staff presidencial.
Mas, e o "resto"?
Bem...neste caso, ausente e desautorizado o Ministro da Saúde, perguntem ao general titular do
gabinete do ódio ou ao capitão bomba. Mas não se assustem com a resposta. Cada
um dá o que tem, não raras vezes envergonhando seus mestres.
Restam algumas perguntas:
Quantos mártires teremos que contabilizar para frenar aqueles que têm uma
visão negacionista da pandemia?
Quem salvará nossos heróis anônimos?
Quem salvará nosso povo do genocídio?
PS: Resultado de um
indispensável e sincero desabafo, compartilho esta mensagem enquanto aguardo
minha amada esposa retornar de mais uma sessão de quimioterapia no CEPON, onde
sempre é atendida com muito carinho e profissionalismo por estes extraterrestres
a quem devo respeito, admiração e gratidão.
Meus Deus que palavras sábias e verdadeiras, muito orgulho de ser tua amada.
ResponderExcluirPerfeito, que sigam suas façanhas de modelo a toda terra, e seus atos salvando não apenas vidas, mas nossa esperança numa sociedade mais justa e igualitária
ResponderExcluirComo sempre, perfeito na colocação das palavras e sentimentos. Faço do teu o meu desabafo...
ResponderExcluirMuito bom 🙏🏼
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