FUTEBOL e EDUCAÇÃO
O futebol é o esporte
mais praticado no Brasil. Infelizmente, apesar de ser a paixão do povo, nossos
clubes não priorizam as categorias de base.
Todo esse fascínio tem
uma razão de ser, pois uma partida reproduz e confronta, em noventa minutos,
todos os valores de uma sociedade.
Assim, durante uma disputa os atletas são desafiados
e acabam por revelar os valores que cultivam, assimilados pela experiência de
vida ou forjados no ambiente familiar, como:
lealdade e deslealdade;
honestidade/desonestidade; disciplina/indisciplina; competência/incompetência; sucesso/fracasso; vitória/derrota; ética/falta de ética; garra/indolência;
tolerância/intolerância; egoísmo/altruísmo; respeito/desrespeito.
Sobressai
ainda o talento individual de poucos, a estratégia de jogo, a hierarquia e a
capacidade de liderança.
Na prática do futebol
amador, onde a prioridade é a diversão e a confraternização entre amigos, esta
sinfonia de valores, aparentemente dispersos, pode fortalecer ou acabar com as
amizades.
Conforme se verifica, o
futebol é o espelho da sociedade.
Embora a importância do
futebol como ferramenta para orientação e formação profissional dos jovens,
pouco se investe nas categorias de base dos clubes. Afora Grêmio e Inter, no
Rio Grande do Sul, todos os times do nosso estado cobram mensalidades para que
os meninos possam participar dos treinamentos. Mais, cobram pelo material
esportivo necessário para a prática do esporte como camiseta, calção, meias,
caneleira e chuteira. Para jogar os amistosos ou disputar competições, também
são cobrados valores pelo transporte, aluguel do campo e pagamento de despesas
com os árbitros que apitam a partida.
Ainda, com alguma freqüência, são realizadas excursões para outros
municípios ou até mesmo outros estados, com cobrança de valores elevados que são
suportados integralmente pelos futuros jogadores.
A prática adotada pelos
clubes precisa ser revista e modificada radicalmente, pois os critérios até aqui impostos afastam grande parte dos meninos que não têm condições financeiras de
participar dos treinamentos.
Agindo desta forma, além de sufocar o potencial
inato que os brasileiros possuem para a prática do futebol, os clubes desprezam
uma ferramenta excepcional para a formação das nossas crianças.
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