Decidida na Conferência de Berlim, 1884/1885, reunião pioneira na globalização da violação dos direitos humanos, a partilha da África reservou à Espanha um pequeno território - para quem já possuíra enormes colônias - representando naquele momento mais um consolo do que uma conquista.
Passados cem anos, o território do Sahara Ocidental, reconhecido pela Corte Internacional de Justiça como Pátria Saharaui, após consulta formulada pelo belicoso vizinho marroquino, tornou-se objeto de desejo de predadores internacionais e segue impedido de concretizar o processo de descolonização, diante dos interesses econômicos, políticos e militares das grandes potências encasteladas no Conselho de Insegurança da ONU.
A
Espanha, império colonial em declínio à época, negociou com dois senhores e sorrateiramente permanece à serviço de Mohamed VI, obstruindo todas
as iniciativas diplomáticas dos Saharauis em busca de sua independência.
Dissimulado e hipócrita, o governo espanhol, diante de rumorosa inconformidade da sociedade civil espanhola, afirma em discurso interno que apóia a independência Saharaui, enquanto na ONU, trabalha diuturnamente contra a liberdade dos filhos das nuvens.
A surpreendente vassalagem do "rei de todos os espanhóis" ao reino alauita, talvez se justifique na historia, mas com certeza é resultado da inadimplência que varre vasto território da Península Ibérica no presente.
Historicamente, a ESPANHA alavancou seu desenvolvimento e a falsa zona de conforto de seus compatriotas, às custas dos recursos naturais das nações espoliadas.
Durante 500 anos os cofres espanhóis ficaram abarrotados de tesouros saqueados e de vidas interrompidas, mas não foi suficiente para assegurar o walfare state ad eternum, prevalecendo a máxima de que "O crime não compensa".
Esgotado o projeto colonizador que tantos recursos arrecadou e sangue nativo derramou, a Espanha se prepara para cortar na própria carne, com consequências imprevisíveis.
Recentemente, a UNIÃO EUROPÉIA mascarou e prolongou a agonia espanhola, ao financiar à exaustão a manutenção do "status quo" espanhol.
CHEGOU A HORA DE PAGAR A CONTA
O desequilíbrio e o descontrole das contas públicas, aliado ao inchaço da máquina estatal, imobilizam o governo predador que ninguém merece.
O mercado, por sua vez, não consegue ofertar empregos pois exportou indústrias para países da Ásia, da África e da América do Sul, dispostos a comprometer o meio ambiente, disponibilizar mão obra escrava e subsidiar impostos.
Assim, governos do dito terceiro mundo, recepcionaram setores desprezados pela esperteza e ganância européia como: mineração, siderurgia, petroquímica e celulose.
O curioso desta iniciativa é que a Europa mandou embora a indústria "suja" que empregava, e convive perigosamente com a usina atômica, o transporte e o armazenamento do lixo nuclear. É surreal!
Gravíssimo também, quando os governos de países europeus, por ação, e o povo, por omissão, praticam crime ambiental ao despejar lixo nuclear na Costa Africana (Somália), ou exportar clandestinamente produtos contaminados por energia nuclear para países da América do Sul.
O emprego não sumiu, mudou de endereço.
Mudou de endereço e explodiu a ponte, pois, países outrora clientes, agora são concorrentes.
O Reino espanhol, junto com Portugal, Grécia e Itália, segundo a Organização Transparência Internacional, ostentam o desonroso título de países mais corruptos da Europa.
O resultado é conhecido de quem mora no Brasil, ou seja, o esforço da nação é drenado para o bolso de poucos, enquanto o Estado socializa os prejuízos e privatiza os lucros.
Diante deste cenário - desemprego; corrupção; endividamento - falta ao executivo e a Corte espanhola trabalho, credibilidade e competência para conduzir o país e enfrentar a grave crise que assola a nação.
A brutal desigualdade social experimentada pelos países em desenvolvimento ronda a Europa, especialmente os primos pobres, que abrigaram no setor público a mão de obra excedente, disponível com o sucateamento da indústria nacional.
À propósito: QUE PAÍS É ESTE?
Que país é este que nega a proteção dos direitos humanos ao povo Saharaui e na calada da noite lhe rouba a alma?
Que país é este que negocia fosfato, armas e equipamentos bélicos com o genocida Mohamed VI e assina contratos com o sangue Saharaui?
Que país é este onde o povo acolhe a criança Saharaui, faz campanha e recolhe alimentos em prol dos filhos da nuvens, enquanto seu governo explora, rouba e apóia o extermínio deste povo, cujo único pecado é lutar por liberdade e pelo direito de viver em seu território?
Que país é este que lidera o grupo dos países chamados de "amigos dos Saharauis", para rejeitar com êxito?? a proposta americana que prevê o monitoramento dos direitos humanos na região conflagrada?
Que país é este que se submete ao julgamento da história como um dos países cúmplices de Mohamed VI no genocídio do povo Saharaui, apostando na impunidade assegurada pela ONU, organização criminosa que legitima o extermínio de um povo?
QUE PAÍS É ESTE? QUE PAÍS É ESTE? QUE PAÍS É ESTE?
A ESPANHA SEGUE RUMO AO DESERTO...
Por isso, quando faltar água, alimento, moradia, educação, saúde, segurança e liberdade ao povo espanhol, finalmente estará assegurado o direito de igualdade com o povo SAHARAUI.
Quis o destino que o povo espanhol que não partilhou a fartura, compartilhe a escassez com o Povo Saharaui.
Enquanto a grande massa ruma para o deserto, 26% já embarcaram, seus líderes, espertos que são, viverão felizes para sempre na França, nos Estados Unidos, na Rússia, ou, quem sabe, no Marrocos como vassalos de Mohamed VI, agora para valer.
A CORDA POVO ESPANHOL, VOCÊS NÃO MERECEM ESTE GOVERNO !!!
Os Saharauis lutam pela independência, mas a surpreendente iniciativa americana buscava somente garantir o monitoramento dos direitos humanos na região conflagrada, direito natural inalienável.
E ISTO LHES FOI NEGADO...
A ONU fraca, comprometida e dependente, acabou por autorizar o extermínio do povo Saharaui.
A EUROPA, por omissão, renova e comprova o discurso pacifista e a prática belicista.
Fato novo, a adesão da Rússia ao projeto expansionista marroquino, mostrando disposição para assumir o espólio americano em favor de Mohamed VI.
Os Russos seguem na contramão da história...
Que saudades de Tolstói!!
Considerando o histórico da Espanha quando foi expulsa das colônias na América Latina, Caribe, América do Norte, Ásia e Oceania, onde espoliou recursos minerais, exterminou civilizações inteiras e não deixou nenhum legado positivo, creio que, num sprint final, tentará saquear a Bravura dos Homens Saharauis, o Caráter de suas Mulheres, a Alegria de suas Crianças e o Sonho Invencível de Liberdade.
Os valores cobiçados, ausentes nos países agressores, haverão de fortalecer a resistência e garantir a vitória do bravo Povo Saharaui.
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