Tudo junto misturado, quem diria?
Que estrago!!
Mubarak que o diga.

Que as ditaduras não são eternas já sabíamos, mas o poder de mobilização levado a efeito pelas redes sociais no Egito é fantástico.
Reprimidos por uma ditadura que durava 30 anos, o povo egípcio deu um espetacular basta na tirania comandada por Mubarak, apoiado e sustentado pela hipocrisia européia e pela soberba militar do governo americano.
O modelo predador compartilhado entre UE e EUA, de alavancar seu crescimento através da drenagem dos recursos naturais das regiões periféricas - África, América Latina e Ásia - ancorados em ditadores subvencionados e corrompidos contra os interesses de seu próprio povo, com o dinheiro sujo dos dois blocos, está com os dias contados e prestes a se desintegrar.
A UE e os EUA, senhores do mundo, subestimaram a criatura que eles mesmo construíram, a INTERNET. Como imaginávamos, a ferramenta internet apresenta conteúdo que vai do lixo ao ouro e, representa um instrumento excepcional de mobilização popular, agora com prova inequívoca.
Não há mais volta. Os governos corruptos, ditatoriais e incompetentes, podem e devem ser derrubados pela mobilização popular. O povo unido jamais será vencido deixou de ser somente uma frase de incentivo a participação das massas.

A Europa e os EUA terão que garimpar em seu próprio terreno, explorar o seu próprio povo. Os países espoliados já não se conformam com o tratamento desumano imposto pelo interesses dos países predadores que, administrados por governos liderados por gente incompetente e comprometidos com o grande capital, apostam em suas máquinas de guerra para resolver todos os problemas. Como vimos, não adiantou. O marqueteiro Obama ainda tentou pegar carona nas reformas em curso no Egito, como se fosse um apoiador do povo egípcio. Tentou, inclusive negociava a transição pacífica, ordeira, para mudar sem mudar nada, mais o povo não é bobo, e o tirano teve que ir para a casa. Com sorte, saiu com a cabeça em cima dos ombros.

E a imprensa nacional, onde estava??
Agora chama Mubarak de ditador, até outro dia era Presidente do Egito. Que vergonha!!
A nossa imprensa envergonha a nação. Comprometida até os dentes com os interesses dos grandes patrocinadores, filtra as notícias até o último momento, quando não dá mais para segurar.

Quem sabe agora possamos tratar da situação dos Saharauis – o povo que o mundo esqueceu.
As pessoas que acompanham este blog conhecem o galopante processo de extermínio a que estão submetidos os Saharauis, pela mão de ferro de Mohamed VI, Rei do Marrocos, executor das políticas imperialistas dos europeus e dos americanos na região.
A mesma imprensa que astutamente pega carona na bravura do povo egípcio, deve se manifestar sobre a situação do Sahara Ocidental. Ou será que os interesses portugueses, espanhóis, franceses e americanos nos recursos naturais abundantes na região já declarada pela ONU como Pátria Saharaui, autorizam o genocídio praticado contra este povo indefeso?
Ser quarto poder tem suas vantagens, suas responsabilidades e seus custos. Resgatem os princípios nobres do verdadeiro jornalismo, trazendo ao público a verdade com isenção.
Não podemos descurar que a omissão também é crime e, no caso Saharaui, a omissão configurada pelo silêncio das máquinas de escrever, tem sido a principal arma dos países espoliadores. A imprensa nacional e internacional está amordaçada, carecendo de jornalistas independentes e comprometidos com a liberdade e a vida humana.
Finalmente, desejo que o Marrocos seja varrido por este tsunami chamado facebook, twiter e outros, e que seu povo, assim como os egípcios, lutem contra o tirano Mohamed VI, arrebentando os grilhões e desfrutando da liberdade a que tem direito.
Nesta onda, continuaremos lutando pela autodeterminação e independência do povo Saharaui - os filhos das nuvens.

A consciência e as possibilidades que emergem da luta do povo egípcio, será o combustível da vitória.

E o Brasil, ex-colônia de Portugal, segue deitado em berço esplêndido, de costas para os Saharauis - última colônia da África - à reboque dos acontecimentos. Junto com a Argentina e o Chile, são os únicos países da América do Sul que ainda não reconheceram a independência da República Árabe Saharaui Democrática/RASD. Que vergonha!!

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