ONU: semana de expectativa pela crise no Saara Ocidental
sábado, 13 de noviembre de 2010
13 de noviembre de 2010, 14:08Nações Unidas, 13 nov (Prensa Latina) As Nações Unidas concluíram hoje em uma semana marcada pela expectativa diante da crise provocada no Saara Ocidental pelo ataque de forças marroquinas contra um acampamento de camponeses saharauis em Gdeim Izik.
O assalto foi realizado na segunda-feira passada contra centenas de tendas de acampamento levantadas nessa região para protestar contra a ocupação desse território pelo Marrocos há 35 anos.
Nesse mesmo dia, começou em Nova York a terceira rodada de contatos informais auspiciados pela ONU entre a Frente Polisario e o governo de Rabat em busca da abertura de negociações oficiais para um arranjo do conflito.
O encontro, o primeiro depois de 10 meses de estancamento, esteve a ponto de ser cancelado devido aos acontecimentos em Gdeim Izik, mas finalmente foi concluído na terça-feira com a decisão de haver novas reuniões em dezembro e janeiro.
Um comunicado do representante especial da ONU para o Saara Ocidental, Christopher Ross, assinalou que nas discussões cada parte recusou as propostas da outra, ainda que "tenham começado a construir uma nova dinâmica para os próximos passos do processo de negociações".
Neste sentido, assinalou que as delegações conversaram sobre a construção de medidas de confiança e a retomada das visitas familiares, ainda que limitadas às realizadas por via aérea.
Na quinta-feira passada e no meio da crescente condenação mundial à agressão marroquina contra os civis saharauis, o Conselho de Segurança anunciou que analisará o tema na próxima terça-feira em uma sessão informativa sobre esses acontecimentos.
Segundo informou-se, a reunião dos 15 membros desse órgão escutará um relatório elaborado pelo departamento de operações de manutenção da paz da ONU.
De acordo com fontes da Polisario, o assalto marroquino custou a vida de cerca de duas dezenas de pessoas. Também pereceram vários efetivos do lado agressor.
Pouco depois da operação, as autoridades da Polisario e da República Árabe Democrática Saharaui exigiram do secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, proteção para a população do território.
Desde 1991, as Nações Unidas mantêm na área a chamada Missão para o Referendo no Sahara Ocidental, integrada no presente por aproximadamente 230 efetivos procedentes a mais de 20 países.
A Polisario quer que o Conselho condene o ataque das tropas marroquinas e lembre o envio de uma missão investigadora, afirmou em Nova York o representante dessa organização na ONU, Ahmed Boukhari.
Na preparação dessa sessão, o embaixador da Grã-Bretanha, Mark Lyall Grant, presidente desse órgão em novembro, recebeu Boukhari e o coordenador saharaui com a Missão da ONU para o Referendo no Saara Ocidental, Mohamed Khaddad.
Desde a década de 1980, a ONU defende a realização de um plebiscito sobre a auto-determinação nesse território, enquanto o Marrocos lançou há dois anos um projeto para uma dita autonomia.
O Conselho de Segurança é integrado pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Rússia, China e França, como membros permanentes, mais Brasil, Líbano, Nigéria, Gabão, Bósnia e Herzegóvina, México, Uganda, Japão, Áustria e Turquia.
Fonte: www.prensa-latina.cu
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